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Socialistas duvidam da gaffe de Marcelo

Mário Cruz / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O deputado socialista Porfírio Silva acredita que as afirmações do Presidente da República a garantir a estabilidade governativa até às eleições autárquicas não terão sido uma gaffe e que “alguns querem o insucesso do Governo”.

“Talvez não tenha sido uma gaffe. Talvez alguns estejam à espera de nos apanhar na curva das autárquicas”, disse Porfírio Silva, em Coimbra, onde interveio em representação do líder do partido, e primeiro-ministro, António Costa.

Em declarações à Lusa, no fim da sessão de encerramento do congresso da federação distrital do PS, Porfírio Silva disse que a menção às eleições autárquicas por parte do PR não foi “propriamente uma mensagem muito estabilizadora”, mas avisou que o PS “está cá para as eleições”.

“Coisa que nós nunca tememos foram eleições. Nas eleições votam os portugueses e não há que temer nada”, argumentou.

Questionado sobre se o PS teme que Marcelo Rebelo de Sousa possa vir a criar obstáculos à ação do Governo liderado por António Costa e não contribuir para a estabilidade, o deputado socialista  disse “esperar que um Presidente da República seja presidente de todos os portugueses e que faça o seu papel dentro desse enquadramento”.

“De momento não temos nenhuma razão para deixar de esperar que este Presidente da República faça assim”, alegou.

Sobre a pretensa gaffe de Marcelo Rebelo de Sousa. Porfírio Silva admitiu que o PR não tentou corrigir a afirmação.

Na terça-feira, Marcelo disse que não dará nenhum passo para provocar instabilidade no ciclo político que vai até às autárquicas.

Já na quinta-feira, afirmou desejar que as eleições do outono de 2017 não interrompam a governação socialista.

Já o histórico militante socialista Manuel Alegre, presidente da comissão de honra do congresso federativo, minimizou as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o mesmo tema, dizendo acreditar que o PR pretende a estabilidade do executivo liderado por António Costa.

O homem também tem de dizer qualquer coisa, senão qualquer dia parece que foi eleito pela esquerda”, ironizou Manuel Alegre.

No entanto, Alegre considerou que as eleições autárquicas de 2017 “têm grande importância” e defendeu que o PS “têm de ter uma grande vitória” para “não dar qualquer pretexto que seja a que se ponha fim a um ciclo” governativo.

“Há muita gente que quer por o Presidente da República contra o Governo”, avisou.

/Lusa

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