Mesmo depois da exoneração, Ana Jorge concluiu a auditoria: identifica 80 desconformidades na internacionalização.
Ana Jorge foi exonerada na segunda-feira, dia 29 de Abril, mas no dia seguinte ainda teve um trabalho importante na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
No dia em que avisou que vai contar a sua verdade sobre o processo, reuniu-se com outros elementos da administração e concluiu a auditoria externa à internacionalização da entidade, nomeadamente na expansão para o Brasil.
A RTP avança que foram identificadas 80 desconformidades, 80 dúvidas sobre o processo de internacionalização.
O Ministério Público e o Tribunal de Contas vão verificar se estas 80 desconformidades são sinónimo de indícios de crime ou de irregularidades.
A auditoria tinha sido pedida no ano passado pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (Governo do PS), após a divulgação dos números preocupantes da internacionalização da Santa Casa.
A provedora Ana Jorge admitiu na Assembleia da República que a rede no Brasil, com 5 empresas e 11 sócios, era “confusa” e que precisava de perceber melhor o processo.
Ainda segundo a RTP, a auditoria sugere que houve várias limitações no acesso à informação sobre a expansão para o Brasil.
Numa entidade com quase 500 chefes, a previsão descrita no plano de actividades para 2024 não é animadora.
A própria Santa Casa estima prejuízos de 62.3 milhões de euros neste ano – mais de metade (36.7 milhões) ligada à internacionalização.
Este é um caso intrincado e complexo, que há muito se adivinhava.
A Santa Casa, de santa nunca teve nada, e sempre foi um poço sem fundo, onde tudo cabe e nada é bastante.
Sabemos que os lares e infantários que rege em todo o país são casas de exploração, onde são praticados exorbitantes preços, e que muitas e valiosas doações feitas por idosos e beneméritos têm acrescentado, ao longo dos anos, dos séculos, o património da “santa” casa.
Não obstante, o exército de recursos humanos que em todo o país trabalha nessa Instituição, queixam-se com razão, de serem explorados e mal pagos.
Ora, todo este cenário torna a Santa Casa da Misericórdia num manancial apetecível, à volta do qual gravitam gulosos candidatos ao repasto.
A eles, eis que se juntou o dótor, filho do pai que com ele “cortou relações” (engana-me que eu gosto), e que à conta da filiação, iludiu com patranhas quem nele confiou, tendo sido encetandos perigosos processos, que redundaram no descalabro que a Dra. Ana Jorge identificou, denunciou, e se propôs sanar e resolver, a bem do bom nome da Instituição.
É esta a história, cujo desfecho dependerá da inteligência, sentido de justiça e boa fé de todos os legítimos avaliadores do processo.
Aguardemos por notícias, e que sejam as melhores, as mais justas e saudáveis.