Santa Casa Global chegou a África e América do Sul, nos últimos dois anos. Custou milhões mas ainda não apresenta receitas.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa iniciou em 2021 a sua internacionalização, através da Santa Casa Global.
Chegou a África, gerindo a entidade gestora dos jogos em Moçambique. Também tentou Angola mas o concurso foi anulado.
Seguiu depois para a América do Sul, investindo no Peru e no Brasil – país que centra o investimento do capital da Santa Casa Global.
No primeiro ano o investimento rondou os 11 milhões de euros. No segundo ano (2022), o investimento aproximou-se dos 9.5 milhões de euros.
Estas são as despesas. Total de 20 milhões de euros. Em relação às receitas… Zero. Para já, não há receitas, informa o jornal Público.
A Santa Casa Global voltará a dar prejuízo no próximo relatório de contas – ainda sem valores conhecidos. Mas serão piores do que os anteriores (resultado líquido negativo de 2,17 milhões de euros).
Diversos motivos originam este prejuízo. A Santa Casa lembra que os investimentos costumam ter prejuízos na fase inicial e a pandemia afectou a actividade, sobretudo, no Peru e no Brasil, onde houve períodos de confinamento prolongados e onde o comércio esteve fechado durante muito tempo.
No Peru, além da COVID-19, há uma clara instabilidade política que também afecta o dia-a-dia das pessoas a nível económico.
No Brasil, o Tribunal de Contas do Distrito Federal suspendeu o negócio – a Santa Casa Global tinha adquirido uma participação financeira numa empresa que opera a lotaria no Rio de Janeiro.
Em Moçambique, não houve entraves mas também não há lucro, para já. Se houver, só no próximo ano.