/

50 pessoas entre a vida e a morte depois do atentado em Nice

3

Alberto Estevez / EPA

-

O presidente francês confirmou que há meia centena de pessoas em estado crítico e lamentou que tenham morrido muitos inocentes, especialmente crianças, em prol da satisfação de um indivíduo.

Durante a manhã desta sexta-feira, o presidente François Hollande aterrou em Nice para debater a situação pós-ataque com as autoridades locais.

Para já, contam-se 84 mortos e mais de cem feridos, na sequência do camião que ontem irrompeu pela Promenade des Anglais, durante as comemorações da Tomada da Bastilha.

Mohamed Lahouaiej Bouhlel, de 31 anos e de origem tunisina, conduzia a viatura que, durante dois quilómetros, atropelou as várias pessoas que se encontravam na avenida a ver o fogo de artifício.

O presidente francês visitou o hospital de Nice, onde estão a ser tratados muitos dos feridos, e confirmou que há 50 pessoas “entre a vida e a morte”.

“Há cerca de 50 pessoas que ainda permanecem em urgência absoluta, quer dizer entre a vida e a morte. Entre estas vítimas, há franceses, e há também muitos estrangeiros vindos de todos os continentes”, declarou.

“Há também muitas crianças feridas e outras que morreram simplesmente para satisfazer a crueldade de um indivíduo e eventualmente de um grupo”, condenou Hollande.

Em declarações à RTL, o presidente da região do sudeste de França e ex-autarca da Câmara de Nice, Christian Estrosi, confirmou essa mesma situação, dizendo que há provavelmente “mais de uma dezena” de menores entre as vítimas mortais.

O jornal local Nice-Matin também adiantou esta manhã que entre a centena de feridos cerca de metade sejam crianças.

Relativamente às nacionalidades das vítimas mortais, sabe-se apenas que há dois norte-americanos, uma russa, uma arménia, um ucraniano, uma suíça, uma jovem de ascendência cabo-verdiana e três alemães.

A Secretaria de Estado das Comunidades já confirmou, entretanto, que há um ferido de nacionalidade portuguesa.

Segundo o Diário de Notícias, chama-se António Soares, trabalha no Mónaco mas estava em Nice a passar o feriado.

O jornal adianta que o homem vai ser operado a uma perna esta tarde no hospital Pasteur 2 e que a sua mulher escapou ilesa.

O suspeito

Apesar de o ataque ainda não ter sido reivindicado, as autoridades francesas acreditam que se trata de um atentado e já montaram uma operação policial para tentar encontrar eventuais cúmplices.

O homem, que tinha alugado o camião há uns dias noutra localidade francesa, acabou por ser abatido pela polícia.

O seu nome acabou por ser descoberto através de um cartão de identidade no interior do veículo. Também foram encontradas armas de fogo e granadas.

Na Internet já circulam alegadas imagens dos documentos de Mohamed mas a sua autenticidade ainda não foi confirmada.

O suspeito era conhecido por ter alguns comportamentos violentos, tendo por isso cadastro por delitos menores, mas não estava referenciado pelos serviços secretos franceses.

Segundo a imprensa francesa, o homem estava em processo de divórcio, tinha três filhos e estava desempregado. Vizinhos descrevem-no como um homem “solitário e instável”.

De acordo com uma fonte policial, citada pela AFP, a antiga companheira do suspeito foi detida e está a ser interrogada.

Espera-se que a avenida onde aconteceu o ataque reabra ao trânsito às 20h00, menos uma hora em Portugal.

Depois do atentado na capital francesa em novembro do ano passado que provocou a morte de 130 pessoas, França volta a estar em alerta máximo.

O estado de emergência devia terminar a 26 de julho mas o chefe de Estado decidiu prolongá-lo por mais três meses. O país decretou três dias de luto nacional, nos dias 16, 17 e 18 de julho.

ZAP / Lusa / ABr

3 Comments

  1. Pessoas inocentes morrem por politicas,que republica França pensa que pode implementar nos outros países. Tenho muita pena das pessoas que morreram ,mas e escolha de cada um, quando vai votar, ou quando aceitam coisas ( tolerância de tudo,paneleiros,democracia tal chamada,e mais etc…) Mundo anda completamente louco. Agora Charlie Hebdo vai fazer mais alguma caricatura de Maome, e vai mais respostas e atentados. Enfim…

  2. Acredito que a solução para controlar este tipo de anormalidades será acusar de colaboração no acto as pessoas dos contactos frequentes com o visado Incluir neste numero tantas pessoas como o número de vitimas.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.