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Timothé Fournier, o herói de Nice, afinal nunca existiu

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(dr) Nice-Matin / Twitter

A Promenade des Anglais, em Nice, após o atentado desta quinta-feira

A Promenade des Anglais, em Nice, depois do atentado

Um dos alegados heróis do atentado em Nice, que supostamente tinha morrido a tentar salvar a mulher grávida, não passou de uma história inventada por alguém com muita imaginação.

Foi considerado um dos heróis de Nice, depois do ataque terrorista que, na noite de 14 de julho, provocou a morte de 84 pessoas.

A história de Timothé Fournier, de 27 anos, deu a volta ao mundo, depois de uma alegada prima ter contado à AFP que o homem morreu a empurrar a sua mulher grávida, para que esta não fosse atropelada pelo camião.

Agora, segundo a própria agência de notícias, tudo não passou de uma grande mentira inventada pela ‘familiar’, que se dava pelo nome de Anaïs.

A mulher, que entrou em contacto com a AFP pelo Twitter, dizia que o seu primo era “um jovem sonhador que não tinha olhos para mais nada a não ser a sua mulher e o futuro bebé”, cita o El Mundo.

As dúvidas sobre a veracidade da história surgiram quando vários jornalistas começaram a tentar saber mais sobre a vida de Fournier e não encontraram nada.

Uma dessas pessoas foi Valérie Heurtel, jornalista do canal France 2, que conta que procurou em vários lugares pelo alegado herói mas que não existia nenhuma informação sobre a existência dessa pessoa.

Na altura, quando foram identificadas as 84 vítimas mortais, o nome de Fournier teimava em continuar a não aparecer.

Perante esta ausência, uma jornalista do diário local Nice Matin questionou as autoridades sobre esta pessoa e a resposta foi: “Timothé Fournier ou está vivo ou nem sequer existe”.

A AFP já assumiu ter sido vítima de um “testemunho inventado” e assegura não ter encontrado “o rasto de Timothé Fournier”.

“Não sabemos o porquê desta mulher nos ter contado esta história, mas sabemos que deixou de responder às nossas perguntas e até já fechou a conta no Twitter, através da qual estávamos em contacto”, cita o jornal espanhol.

Para que este tipo de incidentes não se repita, a agência já recordou aos seus trabalhadores “as regras em vigor sobre o uso das redes sociais como possíveis fontes”.

ZAP

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