Os 345 mil euros que o município de Pedrógão Grande recebeu para apoiar as vítimas continuam integralmente retidos numa conta da autarquia. O presidente da Câmara diz estar a aguardar orientações do Governo.
Segundo o Expresso, que avança com a notícia na sua edição deste sábado, um ano após a tragédia que assolou a região, nenhuma parte das verbas doadas foram aplicadas.
O presidente da Câmara, Valdemar Alves, citado pelo semanário, disse que “o valor total dos donativos em dinheiro rececionado pelo município é de 345.295,04 euros” e que está “integralmente à guarda da autarquia”, à espera de orientação do Governo.
De acordo com o semanário, também não se sabe onde foram parar os bens doados por uma empresa imobiliária. Os donativos foram transportados em 19 camiões e muitos dos materiais terão sido roubados.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande disse que ainda não foi ouvido pelo Ministério Público no inquérito que está a investigar o alegado uso indevido de fundos na reconstrução de habitações atingidas pelos incêndios – denunciado por uma reportagem da revista Visão na semana passada.
Valdemar Alves disse que os processos e a documentação foram entregues e que as casas em causa são de residência permanente, não havendo, por isso, quaisquer atropelos à lei.
Em reação às suspeitas de fraude na reconstrução das casas, Valdemar Alves disse que se trata de uma “investigação encomendada” fruto de “má-fé” e “inveja”.
Incêndio em Pedrógão Grande
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