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Vulcão entra em erupção na mesma ilha atingida por tsunami na Indonésia

(h) BNPB /EPA

Uma coluna de fumo com cerca de seis mil metros ergue-se sobre a região

O vulcão Soputan entrou esta quarta-feira em erupção no norte da ilha indonésia de Celebes, afetada na sexta-feira por um sismo, seguido de tsunami, que causou mais de 1.400 mortos.

As autoridades indonésias já elevaram o nível de alerta para 3, numa escala de 4, e estabeleceram um perímetro de segurança de quatro quilómetros ao redor da cratera de um dos vulcões mais ativos do mundo, disse a agência de prevenção de desastres, BNPB.

Uma coluna de fumo e cinzas de seis mil metros de altura move-se agora em direção para oeste do vulcão, por cima do monte Soputan, ilha de Sulawesi, obrigando as autoridades locais a acionar o código laranja para a aviação, nota a mesma agência.

De acordo com o Observador, já há vários meses que era esperada uma erupção deste vulcão, que é um dos mais ativos do mundo. As câmaras térmicas já tinham detetado lava com temperaturas muito altas junto ao cume do monte e a atividade sísmica também tem aumentado na região.

Ainda nenhuma aldeia foi evacuada, mas o ministério da Energia e Recursos Minerais pediu às populações que tivessem alguns cuidados, como guardar uma distância minima de quatro quilómetros do vulcão e usar máscaras de proteção contra o fumo e as cinzas, acrescenta o matutino.

Na sexta-feira, um terramoto de magnitude 7,5 graus na escala de Richter, seguido do tsunami, devastou a parte ocidental da ilha de Celebes na Indonésia, onde as autoridades já contabilizaram pelo menos 1.400 mortos.

Não é ainda possível ligar os acontecimentos

Ainda não é possível saber se o terramoto que assolou a ilha de Sulawesi na sexta-feira passada está relacionado com a erupção vulcânica do Soputan.

“A capacidade dos terramotos provocarem erupções vulcânicas é ainda bastante debatida, e não há evidências suficientes para ligar os dois acontecimentos”, explicou o jornalista e especialista em vulcanologia Robin George Andrews em declarações à Forbes.

Não podemos simplesmente ligar os dois [eventos] só porque aconteceram, ou então porque estão a ocorrer em simultâneo”, rematou.

A maior parte das vítimas morreu em Palu, cidade de 350 mil habitantes e que foi a mais atingida pela catástrofe natural.

Neste momento, quase 200 mil pessoas precisam de ajuda humanitária urgente, incluindo milhares de crianças, advertiu o Gabinete de Coordenação de Assistência Humanitária da ONU. Estima-se que 66.000 casas foram destruídas. Desde então, os sobreviventes têm-se confrontado com a falta de água potável e alimentos.

“Embora o governo e as organizações de emergência trabalhem incansavelmente para fornecer assistência vital, as necessidades continuam imensas”, afirmou o porta-voz do OCHA, Jens Laerke, num comunicado divulgado na terça-feira.

A Austrália anunciou já uma ajuda humanitária ao país no valor de 3,1 milhões de euros, para cobrir apoio médico de emergência durante um período inicial de 21 dias.

A Indonésia, arquipélago de 17 mil ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países mais propensos a sofrer desastres naturais.

Em 26 de dezembro de 2004, o país sofreu uma série de terremotos devastadores, um dos quais de magnitude 9,1 na ilha de Sumatra. Este devastador terramoto provocou um tsunami de grandes dimensões que provocou 220 mil mortos na região do sudeste asiático. Foi o terceiro maior terremoto no mundo desde 1900.

ZAP // Lusa

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