Vistos gold com investimento de 3 mil milhões parados por atrasos no SEF

Sete mil pedidos de vistos gold estão parados no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o que coloca mais de três mil milhões de euros de euros de investimentos à espera para entrar em Portugal.

De acordo com o Diário de Notícias, a falta de funcionários, as burocracias das novas regras para aprovar os pedidos de residência especiais e uma tutela “inexistente” desde a Operação Labirinto – que levou à detenção de figuras da administração pública – estão a deixar o SEF à beira do colapso.

Em 2014, foram emitidos em média 127 vistos gold por mês – um ritmo que caiu para 50 vistos por mês, este ano, de acordo com os números até o final de setembro. No entanto, enquanto a resposta do SEF para lidar com autorizações de residência diminuiu, há cada vez mais interessados em investir em Portugal.

A estimativa de três mil milhões de euros é feita por fontes do DN, tendo em conta que a maioria dos pedidos de residência se enquadra nos negócios de imobiliário, com um mínimo de 500 mil euros cada.

Para além destes atrasos nos vistos gold, a situação está também a afetar outros processos, como as autorizações de residência normais e os pedidos de renovação, com cidadãos a esperar até seis meses pela renovação do visto nos casos de agendamentos em Lisboa e Alverca.

“Todos os dias a equipa do call center ouve a indignação das pessoas que querem renovar ou pedir os vistos quando são informadas do tempo de espera”, explica uma das funcionárias ao DN.

O cenário descrito quer nos vistos gold quer nas autorizações regulares foi confirmado pelos presidentes dos dois sindicatos do SEF, Acácio Pereira, da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF), e Manuela Niza, dos Funcionários (SINSEF).

A Direção Nacional do SEF, contactada pelo jornal, assume “uma premente necessidade de reforço de pessoal que ainda não se encontra resolvida. Pese embora ter sido acautelada e plasmada em proposta deste serviço e reconhecida pela tutela, designadamente com a abertura de procedimento concursal para o efeito”

Justificando o elevado número de vistos em espera, o SEF explica que devido às novas regras “a grande maioria das candidaturas são apresentadas de forma incompleta” e que a sua instrução pode demorar “vários meses”.

ZAP