O ex-líder do PSD considerou, no seu habitual espaço de comentário na SIC, que Luís Filipe Vieira “não tem condições” para voltar a ser presidente do Benfica.
No seu habitual espaço de comentário no “Jornal da Noite”, da SIC, Luís Marques Mendes analisou a recente detenção do presidente do Benfica, no âmbito do processo “Cartão Vermelho”.
“Luís Filipe Vieira não tem condições para voltar à presidência do Benfica”, considerou o comentador, mesmo que não venha a ser acusado ou condenado. “O ciclo de Vieira acabou”, disse mesmo.
“O caso de Vieira é muito parecido com o caso de Sócrates”, comparou também. Ainda nenhum dos dois foi a julgamento, muito menos condenado, mas do que se conhece publicamente, já ficou claro que perderam completamente toda a idoneidade e credibilidade para um estar à frente de altos cargos na política e outro à frente do Benfica.”
“Eu não sei se aqueles factos que já são públicos são crime ou não, são legais ou ilegais, mas há uma coisa que sei: são imorais e pessoas assim já não têm condições para lá chegar”, disse ainda.
Mesmo com Rui Costa como presidente interino, Marques Mendes considera que, tendo em conta este quadro, parece-lhe “óbvio e evidente” que tem de haver eleições antecipadas no clube da Luz.
“Se não houver eleições, vai ser a confusão total na Benfica. Divisão, desorientação, uns a dizerem mal uns dos outros, vai ser a confusão total. (…) É uma solução normal, óbvia, legítima e democrática. É preciso dar a voz aos sócios“, vaticinou.
Questionado sobre as ligações entre a política e o futebol, Marques Mendes lembrou que é “há muitos anos um grande defensor da completa separação entre política e futebol”.
“Quem está em cargos políticos, seja ministro, deputado ou autarca, acho que não deve estar em cargos de clubes ou de federações. Porque isso gera conflitos de interesses e promiscuidades (…) É preciso fazer um cordão sanitário em torno do dirigismo”, considerou.
Ainda questionado sobre a suspensão da nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento, Marques Mendes considerou que o Governo “fez bem” em tomar essa decisão.
“É uma medida cautelar, de elementar bom-senso, em função daquilo que foi dito e do que está no despacho de indiciação. Acho que o Governo fez bem. É como quem diz: ‘Vamos analisar, vamos averiguar, vamos ver o que se passa’. Claro que não é simpática para o próprio, mas é uma medida cautelar e de elementar evidência. Tinha de ser feito.”
Sobre o pedido do Ministério Público para a absolvição do ex-ministro Azeredo Lopes no caso Tancos, o comentador da SIC criticou o MP por mudar a agulha “tipo catavento”.
O ex-líder do PSD considerou que, durante todo este processo, o MP “queimou-o na praça pública”, tendo “construído uma narrativa, sem ter provas”.
“É uma derrota pesada para o Ministério Público. Andou a investigar, andou a acusar, andou a fazer show off mediático, mas depois não tem provas. Teve de confessar uma derrota”, opinou.
Marques Mendes fez ainda um “balanço positivo” da Presidência Portuguesa da UE, elegendo como pontos positivos colocar em prática a chamada bazuca europeia, a reforma da PAC, o certificado digital covid-19, a cimeira social e com a Índia e a Lei do Clima.
Como aspetos negativos, o comentador criticou o facto de não ter existido a cimeira UE-África, as descoordenações no plano da pandemia e a polémica inicial com o procurador europeu.
O ex-líder do PSD elogiou o trabalho do primeiro-ministro, António Costa, tendo considerado que “se dedicou muito a esta matéria”, lembrando ainda que pode ser um trampolim para o cargo europeu que tanto ambiciona.
“O primeiro-ministro tem aquele sonho de ter um cargo europeu“, destacou, considerando que este trabalho na presidência europeia lhe “deu mais fôlego e paixão para em 2024, eventualmente, poder ter esse cargo”.