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Tancos. Ministério Público pede absolvição de ex-ministro Azeredo Lopes

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Mário Cruz / Lusa

O ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, à chegada ao Tribunal de Monsanto.

O Ministério Público considerou esta terça-feira não ter ficado provado em Tribunal que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes praticou os crimes de que vinha acusado no processo do furto e recuperação de armas de Tancos, pedindo a sua absolvição.

Considerando que a conduta de Azeredo Lopes neste processo se pautou apenas por uma “omissão do ponto de vista ético”, ao não diligenciar no sentido de ser levantado um processo disciplinar aos elementos da Polícia Judiciária Militar (PJM), o procurador do Ministério Público Manuel Ferrão pediu, nas suas alegações, a condenação de 12 dos 23 visados no processo de Tancos, com a pena mais grave, entre os nove a dez anos de prisão, a ser pedida para o arguido, João Paulino, autor confesso do furto.

Manuel Ferrão pediu que as penas aplicadas aos elementos da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, que, no seu pedido, variam entre os cinco anos para o ex-porta-voz Vasco Brazão e para o ex-diretor Luís Vieira e um ano e seis meses para José Costa, fossem todas suspensas na sua execução, considerando que só o facto de serem condenados e sujeitos a este julgamento serão suficientes para assegurar que não voltarão a cometer qualquer crime.

O ex-diretor da Polícia Judiciária Militar Luis Vieira foi também condenado esta terça-feira por violação de segredo de justiça ao pagamento de uma multa de 2.400 euros, no Tribunal Criminal de Lisboa.

O coronel Luis Vieira, que é arguido no processo de Tancos e segundo o Ministério Público um dos implicados na encenação da recuperação do material furtado dos paióis, começou em março a ser julgado por violação de segredo de justiça por ter partilhado informações da investigação com o antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes e outros militares.

// Lusa

3 Comments

  1. E incrível Este Pais está mesmo podre! Podre e sem vergonha! As coisas são feitas à vista de todos, são-nos esfregadas na cara e sem nós termos como intervir ou agir. Como é que é possível que o crime de Tancos vá ficar só com responsáveis menores? Houve coisas que ficaram muito claras durante todo o processo:
    1 – Que a versão original dos factos foi uma tremenda mentira, para ver se colava, sem atingir ninguém de responsabilidade.
    2 – A partir do momento que não colou, foi um tal apontar de dedos em que todos tentavam que a responsabilidade fosse do vizinho. e valeu tudo! incluindo mentir, como o fez Azeredo Lopes e o próprio Presidente da Republica, e violar o segredo de justiça.
    3 – Também muito cedo se percebeu que o assunto envolvia gente muito importante e demonstrava a falência da cadeia de responsabilidades do exército. Logo, tinha de ser pseudo julgado.
    Ora ai está! um caso sério, que coloca muita coisa em causa, em que foi feito um arranjinho para que alguém se trilhe, mas não muito, sem que as pessoas de responsabilidade envolvidas no processo e que ocultaram informação, cometeram perjúrio e afins, sejam efectivamente responsabilizadas.
    Mais uma vitória para a “justiça”. Admirem-se que um dias destes alguém a comece a praticar à moda de Fafe…

  2. A justiça em Portugal é como um crivo invertido onde passa a matéria grossa e fica a miúda! Vêm aí mais casos agora onde se passar exatamente a mesma situação!

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