Dois membros do governo norte-americano negaram ser os autores do artigo anónimo publicado esta quarta-feira pelo The New York Times. O vice presidente dos EUA, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo garantiram não ter qualquer ligação com a publicação que incendiou a Casa Branca.
“O vice-presidente põe o seu nome nos seus artigos de opinião”, assegurou Jarrod Agen, diretor de comunicação de Pence, através de uma publicação no Twitter.
“O NY Times deveria estar envergonhado e a pessoa que escreveu esse artigo falso, absurdo e covarde também deveria estar. O nosso gabinete está acima desses atos de novatos”, acrescentou o porta-voz.
Horas mais tarde, em declarações aos jornalistas, na Forida, o vice de Trump afirmou que “qualquer pessoa que seja capaz de escrever um artigo anónimo a caluniar este presidente, que proporcionou uma liderança extraordinária para o país, não deveria estar a trabalhar para este governo”, disse Mike Pence.
O vice-presidente dos Estados Unidos foi ainda mais longe, considerando que a pessoa em causa “deveria renunciar” pois essa “seria a ação honrada”, frisou.
De acordo com a EFE, as especulações sobre a autoria do artigo recaíram sobre Pence baseadas no uso da palavra lodestar, palavra pouco utilizada comummente e que significa “estrela polar” ou “inspiração” – e que, alegadamente, o Pence usou em várias ocasiões.
Também Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, reiterou não ter qualquer ligação com o artigo publicado. “O texto não é meu“, disse Pompeo que, ao tentar minimizar a polémica, classificou o editorial como “triste”.
“Se alguém não está em posição de realizar o projeto do líder [Donald Trump], resta-lhe apenas uma opção: ir embora. E, em vez disso, esta pessoa que escreveu o atigo, optou não só por ficar como também minar o que o Presidente Trump e o seu governo tentam fazer”, vincou.
Resistência interna na Casa Branca
O editorial em causa, publicado por um “alto funcionário do governo americano” que só revelou sua identidade à equipa editorial do jornal, gerou uma enorme polémica nos EUA e intensificou a contestação já há muito conhecida de Trump contra os média.
O texto denuncia a “falta de moralidade” de Trump e seus os impulsos “antidemocráticos”, revelando ainda um esforço de “resistência” interna por parte de um grupo de funcionários que lutam contra as “piores tendências” do Presidente.
“Acreditamos que o nosso primeiro dever é com este país, e o presidente continua a agir de forma prejudicial para a saúde da nossa república”, pode ler-se no texto publicado.
Donald Trump reagiu imediatamente, classificando o texto como “cobarde” e criticando duramente a atitude do jornal nova-iorquino, enquanto a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, exigiu ao autor do texto que se “demita”.
