André Ventura, líder demissionário do Chega, formalizou a sua recandidatura à presidência do partido, sob o lema “mobilizar Portugal”.
Esta terça-feira, o líder demissionário do Chega formalizou a sua recandidatura à presidência do partido nas eleições diretas de 5 de setembro, sob o lema “mobilizar Portugal” e com o objetivo de tornar o partido na terceira força política do país.
Na sua moção estratégica, André Ventura, que defende “uma profundíssima revisão constitucional nas áreas da justiça, da economia e do sistema político”, diz ser “o principal continuador em Portugal” do fundador do PPD/PSD, Sá Carneiro, com “a inspiração dos valores civilizacionais cristãos” de homens como o papa João Paulo II.
“Esta candidatura pretende continuar o caminho de construção da IV República e tem como objetivo político fundamental a eleição de deputados regionais já nas eleições para a Região Autónoma dos Açores e a consolidação como terceira força política nacional nas próximas eleições legislativas, deixando para trás o PCP, o BE e o PAN”, lê-se no texto.
Segundo o deputado único do partido populista de direita, a sua candidatura “não pretende menos para o Chega do que o pódio das grandes forças políticas nacionais”.
“Combater a imigração ilegal descontrolada, em Portugal e no contexto da União Europeia, a progressiva islamização” das “grandes cidades”, “o marxismo cultural” e “a ideologia de género” são “bandeiras” de Ventura, assim como “denunciar os vícios do sistema, apontar o dedo à hipocrisia nacional em matéria de racismo e xenofobia” e “lutar incansavelmente contra os privilégios dos políticos”.
O parlamentar quer ainda “denunciar os privilégios de minorias que continuam a viver fora ou na margem do Estado de direito, sem cumprir os deveres mais básicos e permanentemente a reclamar por mais direitos”.
Para o líder do Chega a situação de Portugal é de “caos político: um Governo minoritário incapaz de lidar com gigantesca crise sanitária, económica e social, um Presidente da República completamente inativo e cúmplice do Governo, um parlamento vergado aos interesses do centrão partidário ou da extrema-esquerda, refém do PS, um centro-direita e direita completamente inexistentes e um CDS a desaparecer progressivamente”.
Ventura pediu a demissão da liderança do Chega em abril após ser alvo de críticas internas pela forma como votou a renovação do estado de emergência decretado devido à pandemia de covid-19.
Num vídeo divulgado na altura, o tribuno alegou estar “farto” e “cansado” dos que “sistematicamente boicotam” a direção do partido.
ZAP // Lusa