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André Ventura vai pedir a demissão da liderança do Chega (e convoca eleições para “clarificar”)

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António Pedro Santos

André Ventura vai apresentar a demissão de líder do partido Chega, segundo avança o Observador. A decisão de abandonar a liderança do partido que fundou foi confirmada pelo próprio à agência Lusa.

Segundo fonte do Chega, ouvida pelo Observador, as críticas agravaram-se depois de o deputado se ter abstido no decreto presidencial para a renovação do estado de emergência, depois de ter votado a favor do regime de excecionalidade a 18 de março.

“O Chega foi o primeiro partido a defender a declaração do estado de emergência para responder ao surto de Covid-19. Por isso, parte do partido achou que ele foi intransigente quando optou pela abstenção só porque tinha reservas quanto à ideia de libertação de reclusos”, explicou.

Segundo o Observador, desde quinta-feira “choveram mensagens e telefonemas com críticas e acusações”, o que terá feito com que André Ventura se precipitasse na decisão de apresentar a demissão.

Num vídeo, divulgado nas redes sociais, o deputado fala num “dia particularmente difícil” para o partido e adianta que apresentará “nos próximos dias” o seu “pedido de demissão de presidente da Direção Nacional do Chega”.

“Faço-o essencialmente por três motivos: porque estou farto, estou cansado, daqueles que sistematicamente boicotam o trabalho da Direção Nacional, de que sistematicamente estão contra as posições da Direção Nacional e sistematicamente se empenham mais em atacar o partido, em divulgar mensagens privadas, em divulgar opções dos órgãos internos do partido, do que em ajudar a fazer este partido crescer”, justifica Ventura.

A mensagem que devo aos militantes e apoiantes do CHEGA. Estarei sempre convosco!

Publicado por André Ventura em Sábado, 4 de abril de 2020

Em setembro, avança o Observador, o Conselho Nacional vai reunir-se para “clarificar que liderança o Chega quer”.

André Ventura adianta igualmente que será “novamente candidato a presidente da Direção Nacional do Chega”, que a sua linha se manterá como até agora, e considerou que este é um “momento de clarificação”, que “permitirá depois ter a unidade e a força necessários para enfrentar os desafios” eleitorais futuros”.

Recusando estar “agarrado ao poder”, o fundador do partido assinala que, “se perder eleição interna”, renunciará ao cargo de deputado, mas salienta que não se deixará “ir sem luta”.

ZAP // Lusa

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