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Para Francisca Van Dunem, quem manda é Centeno

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Paulo Vaz Henriques / Portugal.gov.pt

Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem

“Quem manda é o ministro das Finanças”, afirmou, esta segunda-feira, a ministra Francisca Van Dunem aos oficiais dos tribunais.

Francisca Van Dunem fez eco das palavras do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que garantiu em março, num debate sobre o estado da Saúde, que “somos todos Centeno”.

Desta vez, a ministra da Justiça afirmou, frente a 50 oficiais de justiça dos tribunais da Comarca de Braga, que “quem manda é o ministro das Finanças”, Mário Centeno.

Segundo a Sábado, Van Dunem falava no final da apresentação do projeto Tribunal +, em Guimarães. Quando saiu do local e foi confrontada pelos funcionários que se manifestavam, no âmbito da greve dos funcionários judiciais, a ministra atirou esta frase, mostrando ter confiança no ministro das Finanças no que diz respeito à gestão das contas.

“Monetariamente, a gente acha que a senhora não manda nada”, disse um dos manifestantes, que vestiam camisolas pretas onde se podia ler “Justiça para quem trabalha na Justiça”. A esta provocação, a ministra respondeu, concordando.

Citada pelo Jornal de Notícias, Francisca Van Dunem respondeu segura: “É verdade, quem manda é o ministro das Finanças.” Depois da sua afirmação, outro manifestante atirou que “em democracia isso é triste”, ao que a ministra da Justiça respondeu que não. “Não é não, sabe porquê? Porque cada um de nós tem uma pasta.”

Com esta resposta, Van Dunem queria dar a entender que se ocupada dos assuntos da Justiça, enquanto Mário Centena se encarregava de tudo o que eram questões financeiras. No entanto, a sua resposta não foi bem recebida pelos manifestantes. “Quem tem uma pasta é o Ministério das Finanças, a senhora ministra tem uma mini-pasta.”

Durante cerca de meia hora, a ministra da Justiça ouviu as reivindicações dos oficiais de justiça, remetendo grande parte delas para a negociação com os sindicatos, lembrando ainda que o descongelamento nas carreiras de toda a função pública já está a decorrer.

“Há, seguramente, falta de oficiais de justiça, temos essa noção e temos a preocupação de introduzir no sistema, como introduzimos já cerca de 400 oficiais de justiça, e vamos introduzir mais. Não temos dúvida nenhuma que há sítios que estão em esforço, mas o que dizemos é que as necessidades de preenchimento não correspondem àquilo que foi anunciado pelos sindicatos”, revelou Van Dunem ao JN.

ZAP //

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