Fenómeno tem intrigado alguns consumidores — mas tem uma (microscópica) explicação.
Casos de marisco a brilhar no escuro são raramente identificados, mas têm surpreendido alguns consumidores e quem os segue nas redes sociais.
O fenómeno é normal e deve-se a bactérias bioluminescentes, comuns no ambiente marinho. Os episódios, descritos em camarão, caranguejo e outros mariscos que ao serem retirados do congelador ou preparados para uma refeição exibem um brilho esverdeado ou azulado. Mas muitas vezes, o efeito desaparece antes de poder ser demonstrado.
A maioria dos consumidores não apresenta sintomas após ingerir os alimentos, embora tenham sido reportados alguns casos de dores abdominais e dores de cabeça.
Análises realizadas a amostras revelaram a presença de bactérias como Photobacterium phosphoreum e Vibrio logei, responsáveis pelo fenómeno luminoso, de acordo com o IFL Science.
A primeira é conhecida por viver em simbiose com peixes abissais, como o tamboril, e pela sua capacidade natural de emitir luz. Já a segunda foi identificada nos órgãos de lulas. Ambas conseguem resistir a baixas temperaturas, mantendo a bioluminescência mesmo durante o armazenamento em frigoríficos ou congeladores.
Mas nem todos os casos de marisco brilhante recentemente detetados nos EUA foram inofensivos. Alguns envolveram produtos processados, como imitações de carne de caranguejo, que apresentavam agentes patogénicos perigosos, incluindo Listeria monocytogenes, Vibrio cholerae e Vibrio vulnificus, que podem representar riscos sérios para a saúde.
A recomendação? Jogue pelo seguro e não coma o marisco bioluminescente, pois apesar de provavelmente o culpado ser a presença de bactérias inofensivas, o brilho também pode indicar contaminação por microrganismos potencialmente perigosos.
Em vez de comer, alinhe no espetáculo luminoso: é parecido com o mar da Baía de Jervis, onde é possível nadar em águas de cor azul néon brilhante, cortesia do plâncton naquela água australiana.