Ursula von der Leyen / X

Reunião de líderes europeus
A Comissão Europeia (CE) vai apresentar no início da próxima semana, a sua resposta à guerra comercial iniciada por Donald Trump. Mas os Estados Membros já receberam a lista de produtos norte-americanos que podem vir a ser alvos de taxas de 25%.
Enquanto continua aberta a negociar com Trump, para evitar que as tarifas avancem, a União Europeia (UE) está já a decidir como vai responder, casos as taxas anunciadas pelo Presidente dos EUA persistam.
“Queremos negociar com os EUA para evitar tarifas. Primeiro preparamos a nossa resposta ao aço e ao alumínio, e depois responderemos às tarifas recíprocas e aos automóveis“, anuncia um porta-voz do Executivo comunitário citado pelo jornal espanhol El País.
A resposta europeia será “faseada, calma, calibrada e selectiva” e vai avançar com “consultas constantes” com os Estados Membros e a indústria, acrescenta este porta-voz.
UE já definiu lista de produtos norte-americanos a taxar em 25%
Os Estados Membros já receberam da CE uma lista de produtos norte-americanos que podem vir a ser alvos de taxas de 25%, adianta a agência Reuters.
Nesta lista, constam produtos como diamantes, ovos, fio dental, salsichas e aves, segundo um documento interno consultado pela agência de notícias.
O jornal online Politico acrescenta que a UE considera aplicar as tarifas sobre exportações dos EUA, como soja, milho doce, arroz, amêndoas, sumo de laranja, arandos, tabaco, ferro, aço, alumínio, certos barcos e veículos, têxteis e certas roupas, e vários tipos de maquilhagem.
A soja é um bom exemplo do que a CE definiu como tarifas “inteligentes”, com o intuito de atingir os EUA “onde dói mais” e com o menor efeito possível para os consumidores europeus. É que esta leguminosa é fácil de encontrar em mercados na América do Sul.
Esta lista de produtos deverá, agora, ser votada pelos Estados-Membros em reunião nesta quarta-feira, 9 de Abril.
Bourbon americano poupado
O bourbon do Kentucky, um tipo de uísque norte-americano, fica de fora da lista de produtos visados pela UE com novas tarifas. É uma medida que pretende poupar o vinho e as bebidas alcoólicas europeias de uma eventual resposta vingativa de Trump.
Esta decisão foi uma cedência aos pedidos de França e Itália, em defesa das suas indústrias vitivinícolas, mas também ajuda a salvaguardar o vinho português e o espanhol.
Bruxelas tinha ameaçado impor uma taxa de 50% sobre o bourbon dos EUA, mas Trump alertou que, nesse caso, imporia uma contra-tarifa de 200% a todas as bebidas alcoólicas da UE.
Esse castigo seria demasiado pesado para a Europa, já que colocaria em risco as exportações desses produtos para os EUA.
UE receia usar a “bomba nuclear” contra Trump
Em cima da mesa na UE, está ainda a possibilidade de usar o chamado “Instrumento Anti-coerção” (ACI na sigla em Inglês) que é visto como a “bomba nuclear”, pois daria ao executivo comunitário poder para atingir sectores da área dos serviços dos EUA, designadamente a tecnologia e a banca.
Mas não é certo que os 27 Estados Membros estejam dispostos a activar o ACI, até porque isso “significaria que o bloco estaria realmente numa guerra comercial”, como aponta o Politico.
Nesta altura, apenas “cerca de 20%” dos Estados Membros estão dispostos a recorrer ao ACI, acrescenta o jornal online.
Países como Irlanda e Itália, que dependem muito dos EUA nos sectores farmacêutico e vinícola, são “mais cautelosos em relação à escalada das tensões comerciais com Trump”, aponta ainda o Politico.
Recorrer ao ACI “seria uma escalada extraordinária numa altura em que devemos estar a trabalhar para uma desescalada”, já alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comércio da Irlanda, Simon Harris, a propósito do ACI, como cita o Politico.
O que é o Instrumento Anti-coerção da UE?
O ACI é uma ferramenta criada para proteger os Estados-Membros contra a coerção económica exercida por países terceiros. Foi adoptado em 2023, mas parece desenhado à medida da recente guerra comercial iniciada por Trump.
Trata-se de um instrumento que permite à UE responder a medidas que pressionem economicamente o bloco comunitário, ou qualquer um dos seus países, interferindo nas suas decisões soberanas.
Assim, pode ser ativado se algum país tentar forçar a UE a tomar uma determinada decisão através de restrições comerciais ou ameaças.
Prevê medidas como a imposição de tarifas sobre produtos do país que pratica a coerção, restrições ao comércio de serviços e ao acesso a investimentos estrangeiros, e o bloqueio da participação em concursos públicos e programas financiados pela UE.
Multas a Apple e Meta em cima da mesa
A CE também está “a ultimar multas contra a Apple e a Meta por violarem a Lei dos Mercados Digitais (DMA)”, apurou o El País.
A DMA define a forma como as empresas tecnológicas devem operar no mercado europeu, estando em causa regras de concorrência digital da UE.
“Se não virmos vontade de cooperar, não hesitaremos em impor as multas identificadas pela lei”, já alertou a Comissária Europeia da Concorrência, a espanhola Teresa Ribera, em declarações no Parlamento Europeu.
A DMA prevê multas até 10% do volume de negócios mundial total para as empresas que não cumpram a lei. O valor pode subir para os 20% em caso de reincidência.
Entretanto, a presidente da CE, Ursula von der Leyen, já telefonou ao primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelando a uma “solução negociada” com os EUA.
A China anunciou que vai “lutar até ao final” contras as novas ameaças de tarifas de Trump, que falou em subir as taxas sobre os produtos chineses para 104%.
Ridículos. Quando é para taxar os cidadãos avançam de imediato. Não é de admirar que o Laranjicida ameace que aumenta mais, já recuaram em taxar o álcool americano, não será de admirar que façam em mais. Ele sabe que é só fraquinhos a liderar. Quando ele achar que não foi suficiente ainda vai quebrar qualquer acordo feito e voltar a exigir mais porque saiu prejudicado. O Trump ao ler que a UE afirma ter receio deve pular de alegria. Para resolver problemas de habitação em Portugal e Espanha não reúnem com esta urgência e vontade pois os interesses parecem ser outros.
Vejo que o 1º ministro de Portugal não está na mesa das negociações! deve estar a jogar Golfe.
Neste governo o que me assusta, é a falta de liderança. Parecem todos uns totós. Tirando o ministro Leitão Amaro, que me parece muito assertivo nas propostas sobre a imigração, os outros, andam a apanhar bonés.
Até o Montenegro é um “atadinho”, sem iniciativa. Alguns parecem manequins a desfilar sem perceberem o que andam ali a fazer.
Gostava muito de mudar, até porque há políticas que me revejo neste governo, mas por outro lado, não consigo confiar, parecem-me uns vaidosos imaturos.
Não está fácil (..)
O mundo tem que se unir e rebentar economicamente os EUA. Na Rússia tínhamos um maluco, agora temos dois. É altura do mundo agregar as forças disponíveis que tem.
Ainda ontem o André Ventura disse que concorda com o que o Trump está a fazer e se ele for eleito irá fazer o mesmo em Portugal. Acho que não é o Trump que tem de ser internado mas sim que o apoia e vota nele e em pessoas como ele, temos cá o Ventura.
Bastava a UE não fazer nada e o problema solucionava-se automaticamente.
Trump está a espicaçar para ver quem reage, quem reagir cai na armadilha dele. É estar a dar-lhe poder para mexer na economia, poder esse que ele não tem. Ele só pode mexer lá e rápido só para pior.
Se não fizéssemos nada por cá ele ficava a falar sozinho e nunca na vida ia aguentar estas tarifas que diz, porque senão a economia americana implode, aliás já o está a fazer e pode ser que já nem consiga reverter e escapar uma recessão.
Se isto não resultasse taxa a-se os serviços e pronto, tava resolvido.
Os EUA são o maior mercado de exportação para vinhos franceses e italianos, e carros alemães. Numa guerra comercial, a economia da UE implode muito antes da dos EUA. A Europa voltou atrás, e está hesitante, porque sabe que está a fazer bluff, e não tem qualquer hipótese de vencer uma guerra comercial com os EUA.