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Encomendas dos EUA a Portugal dispararam 1600%. Empresas “fugiram” de Trump

Norte-americanos processaram ou transformaram muito mais produtos em território nacional em relação ao ano passado. Empresas anteciparam-se à agenda protecionista de Trump.

A reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos fez disparar os processos de transformação ou processamento de produtos norte-americanos em território português.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pelo Jornal de Negócios esta terça-feira, no último trimestre de 2024 o envio de produtos dos EUA para serem processados ou transformados em Portugal disparou 1600% em comparação com o mesmo período de 2023.

É a agenda protecionista de Trump — com incentivos à produção interna e à imposição de tarifas aduaneiras — em marcha. Temendo as futuras dificuldades associadas a estas tarifas, as empresas norte-americanas anteciparam a necessidade de enviar produtos para processamento em Portugal antes que as medidas protecionistas tivessem um efeito mais amplo sobre as suas cadeias de valor.

Entre os produtos mais enviados estão veículos, componentes automóveis, maquinaria e circuitos integrados eletrónicos, com um valor de 23,6 milhões de euros — quase três quartos do total.

A transformação ou personalização destes produtos em Portugal visa agregar valor antes de os bens regressarem aos EUA, sendo que este tipo de transação não implica uma mudança de propriedade, mas sim a prestação de um serviço.

O peso deste tipo de transações no total das importações de Portugal dos Estados Unidos também disparou: foi de 1,8 milhões de euros no último trimestre de 2023 para 31,6 milhões de euros no final de 2024. Esse tipo de trocas comerciais, que representam serviços, passaram a ter maior relevância no comércio internacional, alcançando 4,5% das importações totais de Portugal dos EUA no final de 2024.

Embora o montante de bens portugueses enviados para processamento nos EUA tenha sido superior (988 milhões de euros), este valor registou uma queda de 48,1% no último trimestre de 2024.

ZAP //

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