Tarifas abrem guerra entre Musk e Trump. Proposta de tarifas zero entre UE e EUA recusada

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Aaron Schwartz / EPA

Elon Musk e Donald Trump

Elon Musk pediu a Donald Trump para reverter a política de tarifas aduaneiras. Este pedido terá gerado um desentendimento entre o presidente dos EUA e o empresário. Em paralelo, as bolsas acordaram com esperança nas negociações.

Depois de uma segunda-feira a “tossir”, as principais bolsas europeias abriram esta terça-feira em alta.

Após três sessões consecutivas de quedas, este fôlego frágil estava a ser suportado pela esperança de negociações sobre as tarifas dos EUA.

No entanto, Donald Trump rejeitou a proposta de Bruxelas para um mercado livre, com tarifas zero, em trocas comerciais entre União Europeia e EUA.

Esta segunda-feira à noite, na Casa Branca, o presidente dos EUA argumentou que a proposta “não é suficientemente boa”.

“Temos um défice de 350 mil milhões de dólares com a União Europeia, que vai desaparecer rapidamente. Uma das razões e uma das maneiras pelas quais isso vai acontecer fácil e rapidamente é que eles vão ter de nos comprar a nossa energia porque precisam dela”, afirmou Trump.

“Podemos abater esses 350 mil milhões numa semana”, acrescentou.

Maior desentendimento entre Musk e Trump

Segundo o The Washington Post, Elon Musk pediu a Trump para reverter a política de tarifas aduaneiras.

Duas fontes confidenciaram ao jornal norte-americano que este assunto gerou o maior desentendimento entre o presidente dos EUA e o multimilionário.

O empresário Musk e dono da Tesla já havia afirmado que o impacto das tarifas teve um impacto negativo “significativo” na sua empresa.

Agora, “puxando a brasa à sua sardinha”, voltou a insistir com Trump para que travasse as tarifas.

Apesar disso, o Washington Post revelou que nem a pressão pública nem a privada surtiram efeito e o bilionário não terá escondido o desagrado.

Bolsas acordaram com esperança

Apesar de não haver sinais de acordo, as bolsas acordaram esperançosas.

Às 08h35 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a avançar 1,02% para 478,85 pontos.

As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt subiam 1,32%, 1,87% e 0,90%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão se valorizavam 0,51% e 1,57%, depois de três quedas consecutivas nas bolsas europeias desde quinta-feira

A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 08h35 o principal índice, o PSI (Portuguese Stock Index), avançava 0,70% para 6.306,42 pontos.

O índice VIX (Volatility Index da Chicago Board Options Exchange), que reflete o nervosismo e a aversão ao risco dos participantes no mercado, atingiu no dia anterior os mesmos níveis que durante a pandemia de março de 2020.

Foi da Ásia, na noite de segunda-feira, que os índices voltaram ao verde depois de três sessões tumultuosas.

O principal índice Nikkei fechou em alta de 6,02% na Bolsa de Tóquio, depois de o Primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ter anunciado que acordou por telefone com Donald Trump a continuação das conversações sobre as tarifas norte-americanas, que espera ver modificadas.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, disse à Fox News que “o Japão teria prioridade” em futuras conversações com os parceiros comerciais dos EUA.

No entanto, a recuperação esteve longe de ser uniforme em toda a Ásia. A bolsa de Taiwan continuou a deslizar, tendo caído 3,89% por volta das 8h20, depois de já ter caído 9,7% na segunda-feira – a pior queda desde a sua criação em 1967.

Já Wall Street terminou em terreno misto, esta segunda-feira.

O Dow Jones terminou a recuar 0,91% para 37.965,60 pontos, que compara com o máximo desde que o índice foi criado em 1896, de 45.014,04 pontos, em 04 de dezembro de 2024.

O Nasdaq, índice de cotadas de alta tecnologia, fechou a subir 0,10% para 15.603,26 pontos, contra o máximo de sempre, de 20.173,89 pontos, verificado em 16 de dezembro de 2024.

O preço da onça de ouro, um ativo de refúgio, estava a subir para 3.009,10 dólares, contra 2.970,62 dólares na segunda-feira e o atual máximo histórico, de 3.131,52 dólares, atingido em 2 de abril.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Era de esperar que, mais tarde ou mais cedo, estes dois egos divergissem. Vamos ver se será já o fim da relação – pode ser que ainda haja mais achaques antes do divórcio.

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