Cerca de uma centena de ucranianos concentraram-se na Praça do Comércio, em Lisboa, para condenar a actuação de “puro terrorismo” do presidente russo na Ucrânia e pedir a ajuda dos portugueses.
A comunidade ucraniana voltou a manifestar-se em Lisboa para chamar a atenção para aquilo que dizer ser “o pior crime que está a acontecer” a quatro mil quilómetros de distância: “é puro terrorismo”, disse à Lusa Pavlo Sadokha, presidente da associação dos ucranianos em Portugal.
“O que acontece agora na Ucrânia é puro terrorismo financiado pelo Kremlin e queremos chamar a atenção dos portugueses e de todo o mundo que têm de ajudar a Ucrânia a lutar contra o pior crime que agora acontece no mundo”, lamentou o líder daquela comunidade imigrante.
Pavlo garantiu que não há na Ucrânia guerra entre pró-europeus e pró-russos.
“Não há agora guerra entre nacionalistas ucranianos e aqueles que são mais à esquerda. Há, sim, terrorismo russo que manda tropas especiais e armamento de alta tecnologia para destruir a Ucrânia e, por isso, queremos chamar hoje a atenção para que toda a gente se junte à Ucrânia e lute contra o terrorismo”, disse.
Quem se juntou à manifestação foram elementos da associação casa georgiana. Com a bandeira da Geórgia em riste, Zurab Bekauri, elemento da associação, disse à Lusa que “não podia estar em casa e não apoiar esta gente”.
Em 2008, a Rússia enviou tropas para apoiar duas regiões separatistas da Geórgia, a Abecásia e a Ossétia do Sul. Após um conflito armado de cinco dias, Moscovo reconheceu a independência das duas repúblicas.
Zurab Bekauri lembrou que 20% dos georgianos vivem actualmente sob domínio russo e teme que o mesmo venha a acontecer com os ucranianos, uma opinião que é partilhada por Sadokha.
“Querem a Ucrânia fraca, sem governo, para tomarem conta dela”, alertou Pavlo Sadokha, sublinhando que outro dos objectivos da concentração de hoje era “desmentir a propaganda russa, que tenha justificar a atuação de Putin”.
Ao final da manhã, no centro da Praça do Comércio, junto à estátua de D. José I, Pavlo Sadokha gritava ao microfone: “Putin terrorista, Putin terrorista, Putin terrorista”, palavras que eram repetidas pelas dezenas de manifestantes presentes.
Além da bandeira da Geórgia e da Ucrânia, uma das quais serviu para proteger as crianças do sol, havia bandeiras da União Europeia, de Portugal e a antiga bandeira vermelha e preta, que foi usada pela Ucrânia durante a II Guerra Mundial e agora voltou para as ruas como símbolo da liberdade.
“Gostávamos de ver os portugueses e todo o mundo mais envolvido nesta questão”, pediu Pavlo Sadokha.
/Lusa
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