Kyrylo Budanov avisa que a Ucrânia já pode atacar todas as bases militares na Rússia europeia – mas a Coreia do Norte é um obstáculo.
A Ucrânia parece estar mais bem preparada para combater a Rússia do que no início da guerra, pelo menos no que diz respeito a armas.
Além da recente chegada dos primeiros caças F-16 ocidentais, há pouco mais de um mês, os próprios ucranianos têm produzidos drones mais avançados, com maior alcance.
Segundo Kyrylo Budanov, chefe dos serviços de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, os novos drones ucranianos têm um alcance máximo de 1.800 quilómetros.
Na prática, e se forem lançados a partir de Kharkiv (a cerca de 30km da fronteira com a Rùssia), chegam aos Montes Urais, que separam as zonas europeia e asiática da Rússia.
Ou seja, e como destaca o El Confidencial, a Ucrânia já terá capacidade de atingir todas as bases militares da Rússia europeia, graças a esta espécie de “presente” interno.
“Os aeródromos militares, que são uma fonte de ameaça constante às pacíficas cidades ucranianas, tremem sob os ataques aéreos ucranianos. Toda a infra-estrutura da Rússia, que trabalha para a guerra, sofreu e sofrerá perdas”, escreveu Kyrylo Budanov no Facebook.
O Kyiv Post acrescenta que Budanov não deixou detalhes sobre o tipo de drones, ou se já tinham sido usados em ataques a alvos russos.
Mas o chefe das secretas assegura que estes novos aparelhos já obrigaram o Kremlin a realocar os seus recursos militares, dando aos ucranianos mais tempo para se recuperarem e se prepararem para novos ataques.
Problema: esta estratégia – atacar na Rússia – é um risco real de escalada nuclear, olhando para a perspectiva de Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Coreia interfere
O mesmo Kyrylo Budanov admitiu que a Rússia tem recebido uma ajuda importante da Coreia do Norte durante este conflito.
Os norte-coreanos têm fornecido armas aos russos, diversas vezes, e assim a Rússia fica mais forte na guerra na Ucrânia.
“Os norte-coreanos fornecem enormes quantidades de munições de artilharia, o que é fundamental para a Rússia. É um grande problema na linha da frente“, admitiu Budanov, cita a agência Reuters.
Nesta conferência da Estratégia Europeia de Ialta, o responsável ucraniano admitiu os diversos ataques e prejuízos nos sistemas de energia da Ucrânia – a Rússia tem produzido e atacado com mais mísseis Iskander.
Kyrylo Budanov considera, por outro lado, que a Rússia pode passar por uma crise de recrutamento nos próximos meses.