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Há turmas sem professores desde o primeiro período

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Alegri / Wikimedia

Nas escolas das regiões de Lisboa, Algarve e Alentejo, a falta de professores é sentida de forma transversal deste o 2.º ciclo.

Há casos de turmas sem um dos professores desde o primeiro período, adiantam ao Jornal de Notícias o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamento e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Mota, e o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

Os diretores têm cada vez mais dificuldade em substituir professores de baixa. Segundo o diário, Inglês, Matemática, História, Geografia ou Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são os grupos de recrutamento com reservas “vazias ou quase vazias”.

O Ministério da Educação assume o problema, afirmando que há de facto muitas dificuldades na substituição de docentes, e sublinha que, por esse motivo, tem autorizado horas extraordinárias para fazer face a essa situação.

Em Setúbal, a Escola Secundária de Bocage é um dos casos que evidencia este problema. Em agosto do ano passado, uma professora com gravidez de risco foi colocada num horário completo para Geografia (seis turmas do 3.º ciclo). “Nem foi à escola. Só consegui professor em dezembro, mesmo antes das férias”, conta o diretor Pedro Tilde.

Atualmente, duas turmas do 12.º ano estão sem professor de Matemática. O horário não foi preenchido nem nas reservas de recrutamento nacionais, nem na contratação da escola. O diretor adianta que, a partir do terceiro período, vai mudar um professor que dá aulas a uma turma de 10.º e 8.º para que os alunos do 12.º ano, que têm exame, possam recuperar a matéria. Se isso acontecer, os outros estudantes devem ficar sem aulas.

Filinto Mota afirma que a falta de professores foi umas das principais preocupações colocadas em cima da mesa pelos diretores nas reuniões que a ANDAEP promoveu com diretores de Lisboa, Algarve e Alentejo. Por sua vez, no Norte e Centro do país, há maior concentração de docentes e o problema não se faz sentir.

No entanto, Mário Nogueira refere que é tudo uma questão de tempo: “Ainda não se sente, mas vai sentir“. O sindicalista aponta como causas o envelhecimento da classe, a delapidação da carreira e cursos superiores desertos.

O problema tem-se vindo a agravar de forma progressiva nos últimos dois anos “e vai atingir extrema gravidade daqui a quatro anos” com a saída de, pelo menos, 11 mil professores para a aposentação até 2023, remata.

No entanto, em Lisboa e no Algarve há agravantes – mesmo quando há candidatos, há cada vez mais docentes que recusam horários por causa do preço das casas nestas regiões.

“Há diretores que têm de ser agentes imobiliários e ter uma lista de casas” pronta para enviar aos colocados, descreve Filinto Lima. Segundo o Ministério da Educação, desde 7 de setembro até final de janeiro foram recusados 2530 horários.

ZAP //

5 Comments

  1. TRISTEZA se a educação falha a este nível como será o país de futuro?? Se fosse outro que estivesse no governo os jornais não se cansavam de matracar a cabeça dos portugueses sobre esta matéria, como é o PS estão todos muito calados (manietados pelo sistema ) – o que querem é poleiro o povo que se LIXE. O povo só serve p/ pagar impostos, e taxas mais taxinhas p/ os politicos e os comparsas deles ROUBAREM o Zé Lorpa. BASTA!!!

    • Ó mona, leste bem a notícia? Então lê!
      Não estou a defender o PS. Que PS e os outros todos vão trabalhar, se souberem ou forem capazes.
      Estou só a chamar a atenção para o que diz a notícia.

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