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Trump admite testemunhar no inquérito para a sua destituição

Doug Mills / EPA

O Presidente dos EUA admitiu, esta segunda-feira, “considerar seriamente” a possibilidade de testemunhar por escrito no inquérito para a sua destituição, que decorre no Congresso.

“Embora não tenha feito nada de errado e não goste de dar credibilidade a este embuste que não leva a lado nenhum, agrada-me a ideia e irei (…) considera-la seriamente”, escreveu Donald Trump no Twitter, referindo-se ao desafio que lhe tinha sido lançado pela presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi.

Esta é a primeira vez que Trump admite a possibilidade de testemunhar perante o Congresso que, na semana passada, iniciou as sessões públicas de audições no inquérito para a destituição do Presidente, que tem sido muito crítico de todo o processo, considerando que apenas se destina a prejudicar a sua campanha para reeleição em 2020.

No domingo, a presidente da Câmara dos Representantes reagiu às críticas do Presidente norte-americano sobre a forma como está a decorrer o processo da sua destituição, convidando-o a testemunhar no inquérito.

“Se [Donald Trump] tem informações que o ilibam, estamos ansiosos para vê-las“, afirmou Pelosi numa entrevista divulgada ao “Face the Nation”, da CBS, propondo que o Presidente responda às questões por escrito, se preferir.

Hoje, em resposta a este apelo, Trump argumentou que Pelosi, a quem chama de “louca” e “nervosa”, está “petrificada pela ala radical de esquerda”, para justificar o seu comportamento perante o inquérito, mas invocou a possibilidade que a líder democrata lhe deu para testemunhar junto do Congresso por escrito, para admitir esse cenário.

Donald Trump está sob investigação, acusado de abuso de poder no exercício do cargo de Presidente por alegadamente ter pressionado o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar as atividades junto de uma empresa da Ucrânia do filho do ex-vice-Presidente norte-americano e rival político nas eleições de 2020 Joe Biden.

O inquérito procura averiguar se houve uma exigência de troca (“quid pro quo”) entre a atribuição de uma ajuda financeira militar dos EUA e a realização da investigação à família de Joe Biden, que, para o Partido Democrata, constitui base para o inquérito, cujas sessões públicas arrancaram na semana passada e cujos artigos terão de ser votados por maioria simples na Câmara de Representantes antes de seguir para o Senado, onde será necessária uma maioria de 2/3 para a remoção de Trump do cargo de Presidente.

// Lusa

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