A Direcção-Geral da Saúde publicou o plano de combate à pandemia para este Outono / Inverno com base em três cenários. O surgimento de uma nova variante com características que permitam a evasão do vírus ao sistema imunitário pode levar ao pior dos cenários, prevê a DGS.
A estratégia da autoridade de saúde para responder à covid-19 no outono e inverno, que assenta em três cenários de evolução da pandemia com base em indicadores de risco, tem o objetivo de minimizar os casos de doença grave e mortalidade pela doença.
São três os indicadores de referência na evolução da pandemia cuja ocorrência fará soar o alerta e que podem levar a novo confinamento, prevê o Referencial Outono/Inverno publicado esta sexta-feira pela Direção Geral da Saúde.
A mortalidade a 14 dias por milhão de habitantes acima de 50 é um dos indicadores apontados pelo plano da DGS.
Outro dos indicadores apontado no documento é a existência de 255 ou mais camas em Unidades de Cuidados Intensivos com doentes com diagnóstico principal ou secundário de covid-19.
Uma incidência de infecções superior a 480 casos por 100 mil habitantes a 14 dias (incidência de SARS-CoV2 muito elevada) é a terceira referência apontada pelo plano da DGS.
O pior dos cenários — ocorrerem as três situações em simultâneo — poderá levar a um novo confinamento no país e a um novo ajustamento dos serviços de saúde para o combate à pandemia.
As linhas orientadoras dirigidas às entidades do Ministério da Saúde surgem da necessidade de planear uma “resposta eficiente e equitativa às necessidades de saúde” da população durante este período do ano, em particular no que diz respeito à covid-19.
Com esta estratégia, pretende-se “garantir uma resposta eficiente e coordenada, ajustada à situação epidemiológica da infeção por SARS-CoV-2 e aos desafios adicionais do período outono/inverno, reduzindo o impacto na morbimortalidade na população em geral e nos grupos de risco”, adianta o documento divulgado pela DGS.
Como objetivos secundários, o referencial pretende antecipar a atividade epidémica, assegurar da vacinação contra a covid-19 e a gripe sazonal, controlar a transmissão da infeção com foco nas populações vulneráveis e nos serviços de saúde, assegurar a sustentabilidade e qualidade da resposta dos serviços de saúde às pessoas com covid-19 e com outras patologias, entre outros.
Para isso, foram identificados fatores que podem influenciar a saúde dos cidadãos e levar a um aumento da procura dos serviços de saúde, como uma maior mobilidade da população e manutenção da adesão à vacinação, o possível aumento da incidência de doenças outras respiratórias como a gripe, a influência do frio, os comportamentos individuais e coletivos e o desenvolvimento de tratamentos para a covid-19.
O referencial para o outono e inverno deixa ainda alguns alertas: o facto de a população poder estar mais suscetível a outros vírus respiratórios, atendendo à baixa exposição aos mesmos durante o período sazonal homólogo, e a fadiga pandémica, que resulte numa menor adesão às medidas preventivas impostas nos últimos 18 meses.
“Além disto, a exposição dos profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados à exposição ao SARS-CoV-2 e a outros vírus respiratórios sazonais poderá acentuar a sua indisponibilidade por doença”, admite o documento da DGS.
O cenário 1 previsto pela DGS assume que não existem alterações na eficácia da vacina contra a covid-19, nem o aparecimento de uma nova variante de preocupação nos próximos meses.
Nesta situação, Portugal deverá registar uma incidência do vírus moderada, com reduzida mortalidade e ocupação de cuidados intensivos, sem pressão adicional sobre o sistema de saúde.
O cenário intermédio já prevê uma redução lenta da eficácia das vacinas, por diminuição da imunidade com o tempo, mas ainda sem o aparecimento de uma nova variante do vírus considerada de preocupação.
Nesse cenário 2 a incidência do SARS-CoV-2 será elevada, resultando numa ocupação moderada a elevada das unidades de cuidados intensivos e uma pressão ligeira a moderada no sistema de saúde.
De acordo com as estimativas calculadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o limiar definido ao nível dos cuidados intensivos é ultrapassado na segunda quinzena de janeiro.
Já no cenário considerado mais preocupante, o 3, está previsto o surgimento de uma nova variante com características que permitem a evasão do SARS-CoV-2 ao sistema imunitário, provocando uma redução rápida da eficácia da vacina, e um aumento da transmissibilidade do vírus e da gravidade da doença.
Neste caso, a incidência do SARS-CoV-2 será muito elevada, assim como a ocupação das unidades de cuidados intensivos dos hospitais portugueses, prevendo o INSA que o limiar seja ultrapassado mais cedo, na primeira quinzena de janeiro.
Este cenário aponta ainda para uma mortalidade devido à covid-19 muito elevada e, de acordo com os cálculos do INSA, o limiar definido pode ser ultrapassado na segunda quinzena de dezembro.
Os pressupostos aos três cenários são o aumento da mobilidade da população, com a abertura das escolas e as festividades do Natal e final do ano), a cobertura vacinal crescente (cerca de 85% da população) e a eficácia vacinal de 70% para infeção e 95% para hospitalização.
“Adicionalmente ao exposto nos três cenários anteriores, a ocorrência de períodos de temperaturas baixas e atividade epidémica intensa de outros vírus respiratórios – por exemplo, do vírus da gripe sazonal e o vírus sincicial respiratório -, podem condicionar o aumento da procura e pressão sobre o sistema de saúde, mesmo no cenário 1”.
Ao nível do Serviço Nacional de Saúde, o referencial para o outono e inverno preconiza que, para os três cenários previstos, “devem ser assegurados recursos humanos devidamente formados e recursos materiais em número suficiente”.
Além disso, a “força de trabalho deve ser flexível e estar rapidamente disponível, caso seja necessário”, aponta a DGS.
No caso dos cenários 1 e 2, “poderá ser benéfica a realocação de recursos para áreas não-covid, pela simplificação da gestão de contactos, tendo em consideração a cobertura vacinal”, enquanto, para o cenário 3, os recursos deverão ser direcionados para responder às necessidades relacionadas com a covid-19, no sentido de conter rapidamente a transmissão da infeção.
Relativamente à vacinação contra a covid-19, a “primeira prioridade” continua a ser atingir a vacinação completa de todas as pessoas com 12 ou mais anos.
ZAP // Lusa
No fundo, estão a dizer que a pandemia pode piorar. Boa!!!! 🙁
Isso já se sabia há muito tempo, e daí os cuidados que ainda são e continuam a ser necessários.
Não há muitos cuidados. O meu melhor amigo, que estuda em Coimbra, ficou chocado com os ajuntamentos, e com a falta de uso de máscara… não preciso de dizer / escrever que anda tudo doido.
Não percam os próximos episódios….
mas então as vassassinas não eram o supra-sumo da tecnologia?
Eram e são. Se formos a ver bem, sem as vacinas os casos seriam MUITO piores. Os negacionistas mostram meia dúzia de casos que morreram pela vacina. Os restantes mostras as centenas de casos de mortes e cuidados intensivos por não terem a vacina.
Vassassinas??? Então, então, afinal ainda há conspiracionistas vivos… Deve ser uma questão de tempo até alguns terem juízo (haja esperança) e outros irem rapidamente e em força ao encontro do cantinho do paraíso para eles reservado – com os lunáticos, que negam a ida à lua, os terraplanistas, os que têm na cave o tal kit de sobrevivência para a próxima invasão dos reptilianos e/ou ilumminatti e outra fauna conspiracionista mais ou menos exótica.
A palavra tem piada. A vacina só será eficaz quando mais ninguém apanhar o Covid depois de a tomar. Abraço.