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Tragédia na Madeira: Junta enviou 3 avisos, Câmara não sabe de nada

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A Junta de Freguesia do Monte, na Madeira, onde morreram 13 pessoas, depois da queda de um carvalho com 200 anos, alertou a Câmara, por três vezes, para o risco das árvores centenárias do local onde ocorreu a tragédia. Mas a autarquia diz que não sabe de nada.

A presidente da Junta de Freguesia do Monte, Idalina Silva, mostrou ao jornal Público os três ofícios enviados para a Câmara Municipal do Funchal a alertar para os riscos colocados pelas árvores centenárias do Largo da Fonte, onde se deu a queda do carvalho que matou 13 pessoas.

Os avisos foram enviados para a Câmara em Janeiro de 2014, em Março de 2016 e a 5 de Julho deste ano, realça o diário, citando os documentos que lhe foram mostrados pela autarca eleita pelo PSD.

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, negou, em conferência de imprensa, ter recebido qualquer alerta e vincou que a árvore que caiu estava em terrenos privados.

“Aqueles terrenos integram o Parque Leite Monteiro, pertencem à Diocese do Funchal, mas foi sempre a Câmara que foi responsável pela manutenção“, responde Idalina Silva, através do Público.

“Ninguém gosta de dizer que avisou, mas a verdade é que avisámos”, diz ainda a presidente de Junta, notando que as árvores do próprio Largo da Fonte “estão escoradas por um cabo de aço”.

Árvore “podre” e atacada por um fungo

Entretanto, o ex-director regional das Florestas, Rocha da Silva, avança que a árvore estaria “podre” e que terá sido, provavelmente atacada por um fungo denominado armilária, conforme cita o Diário de Notícias da Madeira.

Este fungo ataca, sobretudo, as raízes das árvores e o engenheiro florestal acredita que pode ter tido um papel essencial na queda da árvore.

Rocha da Silva lamenta também que não se faça, em Portugal, um “acompanhamento regular das árvores” que, neste caso, permitira detectar o alegado fungo e também o estado “podre” da árvore.

Câmara diz que carvalho não aparentava problemas

O presidente da Câmara Municipal do Funchal assegurou que a árvore em causa, um carvalho com 200 anos, “nunca esteve sinalizada como em perigo de queda e também nunca deu entrada nos serviços camarários qualquer queixa com vista à sua limpeza ou abate, por parte de instituições públicas, mormente da junta de freguesia do Monte, do proprietário do terreno, nem dos cidadãos”.

Apresentava uma copa verde e saudável, não aparentando qualquer anomalia fitossanitária”, acrescentou o autarca em conferência de imprensa.

Segundo o responsável, “todos os pedidos e reclamações que deram entrada nos serviços camarários, desde 2013, disseram respeito a sucessivas limpezas de plátanos, que foram sempre prontamente efectuadas”.

Paulo Cafôfo sublinha também que “a árvore que caiu não estava amarrada a qualquer cabo”, mencionando que esta situação acontece entre um plátano, um loureiro e um til, que “não foram afectados” e estão relacionados com decisão tomada pela anterior vereação, liderada por Miguel Albuquerque, actual presidente do governo regional, devido a “uma fissura” que, neste momento, “já está consolidada e não oferece perigo”.

Ainda referiu que o Largo da Fonte “padece de um problema histórico de ramagens de plátanos, com o qual a Câmara do Funchal tem vindo a lidar de forma responsável ao longo dos últimos anos”.

Paulo Cafôfo garantiu ainda que a Câmara “assumirá as suas responsabilidades” e tudo fará para “esclarecimento rigoroso, transparente e cabal daquilo que aconteceu”.

O autarca também anunciou que, a partir desta quarta-feira, “uma empresa especializada, em parceria com uma técnica do Instituto Superior de Agronomia”, fará uma peritagem no local do acidente.

O presidente da Câmara adiantou igualmente que a autarquia decretou três dias de luto.

Marcelo diz que “ainda é o tempo da dor”

Entretanto, o Ministério Público já instaurou um inquérito para averiguar o que aconteceu, conforme referiu à agência Lusa uma fonte da Procuradoria-Geral da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que fez nesta terça-feira uma visita relâmpago à Madeira, por causa da tragédia, afirmou que neste momento o mais importante é fazer o luto.

“Há um tempo para tudo. Este tempo ainda é o tempo da dor”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa no Hospital Central do Funchal, antes de passar pelo Largo da Fonte, onde se verificou o acidente.

Bebé entre as vítimas mortais e 7 feridos críticos

Na contagem das vítimas da queda da árvore, além das 13 mortes, há a registar 49 feridos, sete dos quais estão, segundo a TSF, em estado crítico no Hospital do Funchal.

A estação de rádio refere que “são cinco adultos e duas crianças”, “um adolescente de 14 anos, com um traumatismo abdominal fechado”, e “uma criança de dois anos, de nacionalidade francesa, com um traumatismo craniano na face”. Um dos feridos encontra-se internado na Unidade de Cuidados Intensivos.

“Todos os feridos são politraumatizados, pelo que são doentes críticos e qualquer doente crítico corre risco de vida“, explica o adjunto da direcção clínica do Serviço Regional de Saúde da Madeira, Miguel Reis, em declarações à TVI. Entre as vítimas mortais há um bebé de um ano e duas turistas de nacionalidades francesa e húngara.

ZAP // Lusa

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19 Comments

  1. Os Portugueses estão a constatar que o Marcelo aproveita as desgraças…para se mostrar! É mesmo admissível aquilo que anda a fazer?
    Já alguns portugueses, inclusive EU…já o apelidamos de Agente de Funerária…pois está a espera dos próximos mortos…para visitar o local!
    Caro Presidente…não sei se leu a Constituição Portuguesa…mas, está não é uma sua função! Ou não tem nada para fazer?

    • Espero que, este comentário apenas possa refletir a opinião de uma pequena minoria da população portuguesa que devemos respeitar e que, demonstra infelizmente que, há quem goste da figura distante e arrogante do anterior presidente da república – Prof. Cavaco Silva.

      • Caro Comentador Rui!
        Pelo comentário que fez…adora o “Circo” que este Presidente anda a fazer com as desgraças dos outros! Ou seja anda a explorar a dor e sofrimento dos familiares dos mortos!
        EU sei que o “papel” de Presidente da República, …vale o que vale! Basta perder um bocado do seu tempo para ler a Constituição Portuguesa…para chegar a mesma conclusão!
        Se assim é…acaba-se com esta figura decorativa. Só serve para gastar o dinheiro…dos nossos impostos!

  2. Boa tarde,
    Com franqueza D árvore!!!!
    Então olha lá o que fizeste, a gora Morta nem sequer podes ir depor ao tribunal, pelas vitimas que fizeste… Palavra de honra

    • Oh D. Albertina, atenção…
      Então está a afirmar que a árvore é culpada, sem ter provas, sem ter havido processo e sem ter taransitado em julgado?
      Olhe que isso é difamação, a Associação das Árvores Inocentes ainda faz queixa de si e pede-lhe uma indemnização…

  3. Uma vez mais não vai haver culpados! Mas repare-se na dimensão daquelas árvores que deveriam ser objecto de vigilância e de poda para não atingirem tal altitude sobretudo por estarem situadas em local perigoso para as pessoas, nada aqui foi feito como acontece na maior parte do país e depois aparecem os tais protectores da natureza pagos por nós a proibirem tocar numa árvore porque é crime, só não é crime morrer-se debaixo dela nem que sejam às dezenas!.

  4. O problema é que a presidente da junta – ela que é uma exímia e internacionalmente reconhecida botânica – oficiou a proposito dos plátanos, como dizem algumas notícias mais detalhadas que já circulam.
    Ora, o que caíu foi um carvalho – ainda por cima, propriedade da diocese, mesmo a calhar – os plátanos, não caíram.

  5. O desviar das atenções feita pelos incompetentes é desmedida.
    Afinal o que é que interessa se a árvore é um carvalho, um car… ou um plátano?

  6. Seria interessante a todos os que aqui postam as suas importantes opiniões, terem um pequeno contacto com os familiares dos mortos e feridos destas diversas tragédias para perceberem a importância para estas pessoas que significa a presença do mais alto signatário da nação e o afecto que este presidente lhes transmite numa hora que nenhum de nós quererá sentir na pele .
    Lamento que alguns dos comentadores vejam nisto um mero exercício de “circo” ou outra coisa qualquer.
    Quanto às responsabilidades do sucedido, caso se confirme que a Junta de Freguesia alertou para o mau estado de algumas das arvores no local da tragédia, não deveria haver possibilidades da culpa morrer mais uma vez solteira neste país !!!

    • Caro Comentador Rui,
      Mais uma vez…sou obrigado a responder-lhe!
      Quanto…as “suas importantes opiniões”…espero que o Sr. esteja incluído! Em relação à minha pessoa…sempre disse o que penso…e espero dos meus alunos, o mesmo! E respeito…apesar de algumas das vezes discordar das suas opiniões!
      Quanto aos familiares das tragédias…aí o Sr. devia estar calado! Pois não sabe do que fala…e ficamos por aqui!
      Para terminar, uma “característica” desta triste Nação e Povo… é de não existir o assumir da responsabilidade por parte de quem nos Governa!
      Sobretudo de quem devia dar exemplo…não é felizmente o meu caso!

      • Caro H.Neto,
        Como a palavra “respeito” não parece ter o mesmo significado para si e para mim, vou deixar de lhe responder pois não pactuo com esta subida de tom dos seus comentários / resposta.
        Aproveito para lhe recomendar que, um professor ( que também já fui ) deverá sempre dar o exemplo aos seus alunos e por aqui me fico !!!

        • Tem razão…já agora envio-lhe o significado da palavra “Respeito”
          (latim respectus, -us, acção de olhar para trás, espectáculo, atenção)
          substantivo masculino
          1. Sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém.
          2. Apreço, consideração, deferência.
          3. Acatamento, obediência, submissão.
          4. Medo do que os outros podem pensar de nós. = RECEIO, TEMOR

          respeitos
          substantivo masculino plural
          5. Cumprimentos, recomendações.

          a respeito de
          • Relativamente a; no tocante a.
          com respeito a
          • O mesmo que a respeito de.
          de respeito
          • Importante, respeitável.
          dizer respeito a
          • Referir-se a.
          em respeito de
          • Comparativamente.
          salvo o respeito
          • Com licença.
          Palavras relacionadas: auto-respeito

          “respeito”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/respeito [consultado em 17-08-2017].

  7. “Cuidado que o pinhal pode arder!”, avisei eu, antes.
    “O que ardeu foi um eucalipto que estava no pinhal”, dizes tu, agora.
    “Não me avisaste que o eucalipto podia arder…”, acrescentas tu.
    “Sim, sim, assumo a culpa de não saber distinguir um eucalipto de um pinheiro.”, digo eu.
    “Como eu trabalho com engenheiros agrónomos, tens de passar a referir a espécie no seu nome científico, pois há vários tipos de eucalipto”, concluis tu.
    “Gosto sempre de aprender com quem sabe tanto e gosta de ensinar”, agradeço eu, com a maior humildade.

  8. É vergonhoso.
    Estes políticos de algibeira, não se incomodam com nada, que vergonha de governo temos, só lá estão para encher a barriga, nojentos.
    Ninguém sabe nada.
    Souberam decretar luto nacional.. O que adianta o luto nacional, posso saber ????
    É uma falta de disciplina e de desleixo em todos os setores públicos, que este país mete nojo.
    Só têm habilidade é para desviaram e roubaram milhões e milhões ao povo, e nada lhes acontece.
    Isto só a tiro, mandar meia dúzia deles para a quinta das tabuletas, que logo começavam a ter respeito, obrigações e deveres.

  9. Os autarcas é só para mandar fazer obra nova. Porque dá brilho, dá inauguração, dá chamada de meios de comunicação: é só por o fatinho bonitinho de sorriso bonitinho. Mandar fazer os outros todos sabem!Todos sabem como se faz!
    O mais difícil é passar da teoria (da mente) para o fazer (a prática).
    Agora ninguém quer assumir as culpas, pelos erros, pela falta de capacidade de ouvir os outros, pelo egocentrismo.
    O carvalho que caiu pela força de um plátano matou e isso não interessa a ninguém.
    É tempo de haver julgamento dos autarcas pelo seu trabalho irresponsável!

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