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A “mulher sem medo” compromete-se a tornar a Amadora um concelho mais seguro

Rodrigo Antunes / Lusa

A candidata da coligação, PSD, CDS-PP, Aliança, MPT e PDR à Amadora, Suzana Garcia

A advogada e ex-comentadora televisiva Suzana Garcia, que encabeça a coligação Dar Voz à Amadora, comprometeu-se a tornar o concelho mais seguro, com mais espaços verdes e sem problemas habitacionais para os mais desfavorecidos.

Suzana Garcia apresentou-se, esta quarta-feira, à corrida à presidência da autarquia numa cerimónia que decorreu no parque central da Amadora, numa coligação que junta PSD, CDS-PP, Partido Democrático Republicano (PDR), Aliança e Partido da Terra (MPT).

O início da cerimónia ficou marcado pela queda do ecrã gigante colocado no local, devido ao vento que soprava, tendo a candidata, aquando do seu discurso, referido que o que apelidou de “percalço”, eram já “os ventos de mudança que se faziam sentir”.

Não sou política, não quero ser política, quero ser a presidente da Amadora por um imperativo de consciência e compromisso convosco amadorenses”, disse Suzana Garcia, frisando que a sua missão “era a Amadora e os amadorenses” com os quais espera “poder mudar a cidade”.

A candidata garantiu, perante um vasto público que assistiu no anfiteatro do parque ao ar livre, ser “ambiciosa e rica” pois conta com os amadorenses consigo no projeto que defende para a quarta maior cidade do país.

Suzana Garcia comprometeu-se a “romper com décadas de insegurança” no concelho, com a criação da nova esquadra para a PSP da Amadora, uma promessa feita em 2009 por José Sócrates, frisando que irá rasgar o protocolo então assinado e fazer acontecer.

“Não podemos esperar mais”, sustentou. A candidata do PSD à Amadora é advogada e foi comentadora da TVI, onde manifestou posições polémicas como o apoio à castração química para pedófilos reincidentes, que tem sido defendida em Portugal pelo partido Chega e não tem o acordo do PSD.

Suzana Garcia rejeitou a designação do bairro da Cova da Moura como uma “favela democrática”, frisando não haver “nada de democrático numa favela” e, sublinhando, que será aqui que a voz da Amadora se irá ouvir.

“A mudança já começou à medida que oiço as populações. Não aceito, não admito e não tolero um horizonte temporal de 14 anos para a resolução dos problemas da Cova da Moura e da Encosta da Paiã”, disse, criticando a atual presidência da autarquia.

De acordo com a candidata, no seu mandato “não haverá mais bairros sociais mal planeados que não se integrem novas soluções às famílias de barracas ou habitações precárias, serão criativas e ousadas”, garantido que ninguém viverá numa casa em que ela própria não viveria.

A candidata lembrou ainda que os jovens e os idosos não vão ser esquecidos, prometendo 1.500 bolsas de estudo, e uma política de mais e maiores apoios gratuitos para as gerações mais velhas, desde ao lazer à mobilidade.

A saúde também não ficou esquecida no discurso, com Suzana Garcia a lembrar os problemas existentes no concelho, comprometendo-se a investir em médicos de família e valências de saúde primária.

A candidata comprometeu-se, igualmente, em ser “orgulhosamente o primeiro município português com multinacionalidades”, salientando que o seu executivo “será o reflexo do município”, onde se juntam várias raças e vários credos.

Suzana Garcia prometeu também mudar-se e viver na Amadora, tecendo criticas à atual presidente que não mora no concelho, referindo querer “caminhar nas ruas” e sentir quem vive na Amadora sente.

Ausência de Rio

O CDS fez-se representar pelo seu líder, Francisco Rodrigues dos Santos, enquanto Rui Rio optou antes por estar em Setúbal na apresentação da candidatura de Fernando Negrão, fazendo-se representar pelo primeiro vice-presidente David Justino.

O vice-presidente do PSD desvalorizou a ausência do líder, referindo que Rio tinha um outro compromisso à mesma hora.

“Está noutro local no distrito de Setúbal, não sei qual é a agenda dele, a única coisa que sei é que tem um compromisso à mesma hora, sinceramente não sei qual é o problema”, disse, afirmando que a sua presença é que poderia causar desconforto e não o contrário, quando questionado se a ausência de Rui Rio não demonstrava desconforto com a candidatura.

David Justino salientou que “metade da comissão permanente do PSD” estava presente no local, e frisou que Rui Rio já se pronunciou acerca de Suzana Garcia e já reuniu com a candidata escolhida pelo PSD para encabeçar a coligação Dar voz à Amadora.

No seu discurso, enalteceu as qualidades da candidata à presidência da autarquia, reconhecendo que não a conhecia de início, mas que a veio a admirar pela sua “autenticidade”, depois de ter estado um fim de semana inteiro a ver imagens e declarações suas.

“Não costumo dar o meu aval sem saber com quem estamos a lidar”, começou por dizer, sublinhando que, no final, o partido tem “uma grande mulher e uma grande candidata à Amadora pela sua autenticidade e frontalidade” que o impressionou.

Já Francisco Rodrigues dos Santos subiu ao púlpito para aplaudir o facto de Suzana Garcia, no seu entender, ser o tipo de pessoa que “não deixa a esquerda sem resposta“. Suzana Garcia é, na ótica do líder centrista, a “mulher sem medo” de dizer o que pensa.

O problema, disse, é que a “esquerda gourmet só gosta da liberdade para si própria e a direita tímida acha que tem de pedir autorização à esquerda para dizer o que pensa”. “Se uma política de esquerda defender as suas ideias e princípios é feminista, mas se for de direita já é uma perigosa radical”, acrescentou, citado pelo Expresso.

ZAP // Lusa

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