Tiroteio no Texas: autoridade admite “decisão errada”. Trump diz que cidadãos devem andar armados

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Tannen Maury/EPA

Steven McCraw, director do Departamento de Segurança Pública do Texas

Director do Departamento de Segurança Pública local admite que a polícia errou, ao esperar mais de uma hora para entrar na escola primária.

A polícia falhou, na sua abordagem ao tiroteio que matou 21 pessoas (19 crianças) numa escola primária no Texas, nos Estados Unidos da América.

O crime decorreu na terça-feira passada, na Robb Elementary School. 19 crianças e dois adultos morreram. Dois agentes da polícia foram atingidos por tiros mas não correm perigo de vida.

O autor do massacre foi Salvador Ramos, um jovem de 18 anos, que também morreu. Ainda não se conhecem as motivações de Salvador para ter originado este tiroteio.

Salvador Ramos esteve dentro de uma sala de aula durante mais de uma hora, enquanto a polícia esperava no exterior da escola, durante esse período.

“Foi uma decisão errada. Não há desculpa para isso. Foi uma decisão feita na cena do crime”, admitiu Steven McCraw, director do Departamento de Segurança Pública do Estado do Texas.

O comandante das operações acreditou na altura que Salvador estava barricado numa sala de aula separada, pensando que as crianças que estavam dentro da escola não corriam perigo.

Houve três polícias que perseguiram o jovem e entraram no edifício, logo nos dois primeiros minutos. Ao longo dos 30 minutos seguintes, 19 agentes colocaram-se num corredor exterior.

Mas a porta foi arrombada, por uma equipa táctica, quase uma hora e 20 minutos depois de as autoridades terem chegado ao local do crime.

O protocolo indica que o autor do tiroteio deve ser neutralizado imediatamente.

Steven McCraw acrescentou que ainda não se sabe se alguma criança morreu durante esse período de espera. Salvador terá disparado mais de 100 vezes; a grande maioria antes da chegada da polícia.

Enquanto o atirador esteve dentro da escola, professores e crianças ligaram para o número de emergência (911) a pedir ajuda.

A decisão de permitir que o atirador estivesse tanto tempo na sala de aula, com as vítimas, já tinha sido originado diversas críticas nos EUA.

O tiroteio foi também facilitado pelo facto de uma porta da escola estar aberta. Um professor entrou e não fechou a porta.

Trump na convenção das armas

Entretanto, apenas três dias depois do tiroteio, decorreu a convenção da Associação Nacional de Armas, entidade que responsável pelo fornecimento de milhões de armas ao longo das últimas décadas.

Donald Trump esteve presente e disse que os cidadãos dos EUA “cumpridores da lei” devem andar armados.

Classificando o autor deste tiroteio como um “lunático fora de controlo”, Trump insistiu: “A existência do mal na nossa sociedade não é motivo para desarmar cidadãos que respeitam a lei. A existência do mal é a razão para armar os cidadãos cumpridores da lei”.

O antigo presidente disse também que Joe Biden e o Partido Democrata aproveitaram “as lágrimas de famílias enlutadas” para transformarem este tiroteio em algo político.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

6 Comments

  1. Mentalidades como a do Tramp é que levam a acontecimentos destes, nos USA! Se querem continuar a ser terra de cowboys continuem e indiferentes aos resultados como até aqui!

  2. As armas são um problema. Mas ninguem fala na formação que estes jovens estão a ter para realizarem estes ataques monstruosos? A industria dos videojogos de violencia gratuita é a entidade formadora deste tipo de comportamentos.
    Para mim, antes de tratar do assunto das armas era a proibição imediata deste tipo de indústria.

  3. O Trump também falou na questão da sáude mental, seriamente descurada nos EUA, e disse inclusive que “nenhuma lei pode curar uma vida familiar problemática”.

    Mas claro que isso não interessa para a notícia.

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