O presidente da Federação Portuguesa do Táxi afirmou este sábado que a concentração de 10 de outubro em Lisboa, para contestar a atividade de plataformas que consideram ilegais, deverá reunir cerca de seis mil carros.
“Isto vai perturbar a vida das pessoas, não temos dúvidas. Seis mil carros em Lisboa vão criar uma grande confusão”, afirmou este sábado Carlos Ramos aos jornalistas, em Lisboa, à margem de uma sessão de esclarecimento sobre o protesto de dia 10, promovida pela APT.
“Mas penso que as pessoas percebem, nós não estamos a pedir o aumento do sistema tarifário. Só estamos a pedir uma coisa: o governo tem que fazer cumprir a lei”, acrescentou o responsável.
As organizações representativas do setor do táxi anunciaram, no início deste mês, uma nova concentração em Lisboa, a 10 de outubro.
A manifestação pretende contestar a atividade de plataformas como a Uber e a Cabify, que permitem pedir carros de transporte de passageiros, com uma aplicação para ‘smartphones’ que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte, que consideram funcionar de forma ilegal.
Os representantes dos taxistas pediram ao Governo para apreender os carros que prestam serviço para as novas plataformas de mobilidade como a Uber.
Os representantes das associações defenderam que “a legislação, hoje, permite que a polícia, além das coimas que não resolvem o problema, possam também apreender o objeto que está causar crime“.
Os taxistas ameaçam também “uma paralisação prolongada o tempo que for necessário”, que pode durar “muito para além” de setembro, e avisam: “vai haver problemas”.
Entretanto, um pouco por todo o lado, já vai havendo problemas. No caso mais recente, a 3 de setembro, uma motorista da Uber foi agredida com fezes no Porto – alegadamente, por um taxista.
Patrícia Madureira Guimarães, que trabalha para uma empresa que presta serviços para a Uber, divulgou no Facebook o que define como um “triste, inqualificável e degradante episódio”, a par de fotografias que atestam o ataque com dejectos.
O incidente ocorreu nas imediações da Estação de Comboios de Campanhã, no Porto, onde Patrícia Guimarães tinha ido recolher três turistas estrangeiros.
ZAP / Lusa