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TAP atrasa inquérito às mortes na praia de São João da Caparica

André Kosters / Lusa

A Polícia Judiciária enviou dois ofícios à TAP a solicitar informação sobre o antigo piloto, mas a companhia aérea ainda não respondeu a nenhum ofício.

Segundo o Correio da Manhã, a investigação às duas mortes devido à aterragem de emergência de uma avioneta no areal da praia de São João da Caparica em agosto está a ser atrasada pela falta de colaboração da TAP Air Portugal.

A Polícia Judiciária de Setúbal já terá feito dois pedidos de informação e colaboração à companhia aérea que detém metade do capital público, mas a empresa diz desconhecer esses pedidos, que terão sido feitos há um mês e na semana passada, devido à falta de resposta, afirmam as autoridades.

Em causa estará apurar as circunstâncias em que o piloto Carlos Conde de Almeida, que naquele dia instruía um aluno, e que já trabalhou na TAP durante a década de 90, foi despedido da companhia aérea.

Segundo denúncias que chegaram ao processo, a forma de despedimento do piloto em causa esteve envolta em “situações dúbias” e foram apontados comportamentos de “irresponsabilidade” e “falta de ética” ao piloto instrutor.

As autoridades entendem que a situação é relevante para compreender o perfil do homem que no dia 2 de agosto assumiu os comandos da avioneta que vitimou mortalmente uma criança de de 8 anos e um sargento reformado de 56.

Segundo as informações que saíram na altura, o motor da avioneta parou 4 minutos após a descolagem de Tires. A comandar a avioneta seguia inicialmente o formando Rui Relvas que, segundo as declarações prestadas, passou imediatamente o controlo para o piloto com mais de 30 anos de experiência assim que se apercebeu da falha de motor.

Um dos objetivos desta investigação é perceber se Conde de Almeida tomou a decisão correta ao apostar numa aterragem em virtude da amaragem, uma vez que estavam centenas de pessoas no areal.

O piloto com mais de 30 anos de carreira sempre mostrou confiança na opção que tomou, desmentindo todos os que falaram numa possível amaragem: “Quando alguém disser que podia ter feito de maneira diferente, já se sabe que é mentira”.

ZAP //

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