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Swaps: Carlos Costa Pina arrasa Clara Marques Mendes

OECD Development Centre / flickr

O ex-secretário de Estado do Tesouro do PS, Carlos Costa Pina

O ex-secretário de Estado do Tesouro do PS, Carlos Costa Pina

O ex-secretário de Estado do Tesouro do PS, Carlos Costa Pina acusa a deputada redatora do relatório da comissão de inquérito aos ‘swap’ de ataques de carácter, má-fé, falta de isenção e de não entender nada do processo.

Numa carta enviada hoje à comissão parlamentar de inquérito à contratação de ‘swap’ pelas empresas públicas, o secretário de Estado que exerceu funções no Governo de José Sócrates escreve cinco páginas em que arrasa a deputada do PSD, Clara Marques Mendes e o relatório da maioria.

O antigo governante defendeu-se ilustrando o trabalho que fez enquanto esteve no Governo, o facto da contratação deste tipo de instrumentos ser um instrumento de gestão da competência das empresas, que foi preciso tempo para estudar e decidir o processo e que deixou informação ao Governo para tomar decisões.

Enquanto explica as acções que tomou no Governo, e as dúvidas que continuam por esclarecer (como documentos que o Governo continua a não divulgar por matérias de confidencialidade), o ex-governante arrasa a deputada e a actual maioria parlamentar.

Costa Pina diz que a deputada do PSD é “irresponsável” e que “não disfarçou o propósito de instrumentalização política”, acusando-a de lhe fazer um ataque pessoal e político “ao serviço do interesse, não da verdade, mas da conveniência da actual maioria parlamentar, num exercício que não conhece limites porque não respeita princípios”.

O antigo governante ironiza mesmo dizendo-se disponível para explicar a Clara Marques Mendes o que não entendeu, que a seu ver é tudo. “Estou naturalmente disponível para explicar à senhora deputada relatora Clara Marques Mendes tudo o que não entendeu, i.e., nada”, escreve.

Costa Pina escreve ainda, na mesma carta, que deputada “revela não saber o que é ou deve o exercício da supervisão financeira”, acusando-a de contradições na avaliação que faz da actuação do anterior Governo (de que Costa Pina fez parte) e do actual Governo, recomenda-lhe que faça “o seu trabalho” e que veja melhor o processo.

Acusando a deputada de “indiferença”, “falta de isenção”, questiona quem a deputada protege, de fazer um relatório que “ultrapassou os limites da decência política”, de fazer “ataques de carácter e ao bom nome de muita gente”, de acusar o “Governo anterior para encobrir responsabilidades próprias do actual”.

Carlos Costa Pina vai mais longe e diz que isto dá a entender “que as conclusões do relatório estavam escritas à partida”, e de ignorar o que considera ser a negligência do actual Governo que levou dois anos a resolver o problema.

“Não poderia, porém, deixar de alertar para os perigosos sinais de degradação da nossa vida democrática livre e plural quando se apresentem ‘relatórios da maioria’, valorizando a política rasteira e a perseguição pessoal, como se fossem sérios, isentos e independentes. Como este relatório não é nada disso viu a sua utilidade e credibilidade minadas para sempre”, diz.

/Lusa

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