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Substituição de Carlos Costa em contra-relógio. E já há nomes para “render” Centeno

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José Sena Goulão / Lusa

O governador do banco de Portugal, Carlos Costa

O jornal Público escreve esta segunda-feira que a substituição de Carlos Costa no Banco de Portugal (BdP) está a ser feita em “contra-relógio”, uma vez que seu mandato como governador termina dentro de dois meses e não foi ainda indicado pelo Governo qualquer nome para o substituir.

Tudo indicava que o Executivo liderado por António Costa iria indicar o seu ministro das Finanças, Mário Centeno, para a liderança do Banco de Portugal, mas a pandemia de covid-19 – que já infetou mais de 10.000 pessoas e deixou 295 vítimas mortais em Portugal – veio alterar tudo o que já se dava como certo.

Depois de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o homem forte das Finanças de António Costa reiterou que está empenhado nas suas funções como ministro, frisando que não pretende deixar o cargo até ao fim da crise.

“Nunca ninguém me ouviu enjeitar essas responsabilidades”, atirou Mário Centeno na altura, dizendo ainda que o foco deve estar na crise e não em “alimentar folhetins”

O certo é que o sucessor de Carlos Costa vai abraçar a liderança do BdP num momento difícil de pós-pandemia, no qual terá um maior envolvimento nas medidas de combate à crise económica causada pela mesma – este cenário torna a escolha do próximo líder do regulador ainda mais relevante, tal como frisa o matutino.

Além disso, antevê-se uma queda do Produto Interno Bruto entre 3,7% e 5,7%, devendo também o desemprego disparar 3,6% pontos percentuais para 10,1%.

António Costa já referiu que até julho tomará posição sobre o tema.

Os nomes nos bastidores

Até lá, vão circulando nomes nos bastidores. O jornal Público conta que, em círculos muito restritos, o atual secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, começa a ser apontado como um possível candidato à corrida no regulador.

Este nome, que faz parte da equipa de Mário Centeno, é apontado partindo do pressuposto de que o ministro das Finanças se manterá no Governo por tempo incerto, uma vez que não é possível calcular a duração do estado de emergência e do seu impacto no país.

Intervenientes da área financeira ouvidos pelo Público consideram que “[Mourinho] é capaz de fazer pontes e tem facilidade de comunicação com o Governo, e experiência europeia, o que aumentará a possibilidade de haver uma boa resposta à crise”.

Além disso, “tem acompanhado no Governo os temas da supervisão bancária”, sendo visto como um ministro das Finanças “dois”, alguém em quem o próprio Mário Centeno confia.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes vaticinou há alguns meses que seria Mourinho Félix a substituir Mário Centeno quando este rumasse ao BdP.

O atual vice-governador Luís Máximo dos Santos, que preside ao Fundo de Resolução, é outro dos nomes que se tem falando para a calha, sendo “um quadro experiente do BdP” e que tem mostrado independência, segundo fontes ouvidas pelo Público.

Ainda assim, a aposta em Mário Centeno é firme e ainda não desvaneceu totalmente.

O jornal Público questionou o gabinete de Mário Centeno sobre a data em que tencionam anunciar a escolha do novo governador, se o ministro das Finanças está fora da corrida e se Mourinho Félix é candidato para o cargo.

O Ministério das Finanças disse que “não respondia” a nenhuma das questões.

ZAP //

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3 Comments

  1. Pessoalmente consideraria a hipótese Ricardo Salgado ou mesmo Armando Vara. Elevada experiência na banca, responsabilidade, gestão prudente, idoneidade fazem destes dois candidatos pessoas que deveriam ser consideradas.

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