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Steve Bannon diz-se vítima de “uma cabala política”

Martin Divisek / EPA

Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O antigo conselheiro do Presidente dos Estados Unidos foi detido, esta quinta-feira, sob a acusação de desviar dinheiro de doadores num esquema de arrecadação de fundos para a campanha “Nós Construímos o Muro”.

Depois de ter sido acusado do desvio de dinheiro para construção do muro entre os Estados Unidos e o México, Steve Bannon disse, esta sexta-feira, que está a ser vítima de uma “cabala política“, após ter sido detido por suspeita de desvio de milhares de dólares de fundos doados.

Bannon foi libertado no mesmo dia da detenção, após pagar fiança. “Toda a gente sabe que não sou do tipo que desiste”, disse o ex-assessor de Donald Trump no seu podcast “War Room”. “Estou pronto para aguentar o tempo que for preciso. Vou continuar a lutar.”

Bannon, próximo da extrema-direita, disse no podcast que a sua prisão tinha o objetivo de “intimidar as pessoas” que apoiam o muro anti-imigração prometido por Donald Trump durante sua bem-sucedida campanha eleitoral de 2016.

Entretanto, o Presidente norte-americano reagiu à detenção de Bannon, dizendo que já não lida com ele há muito tempo, considerando a prisão um “evento triste“. “Não sei nada sobre o projeto além de não gostar, quando li sobre ele, não gostei. Eu disse: ‘Isso é para o governo, não para os particulares’, e pareceu-me exibicionista”, disse Donald Trump.

O antigo conselheiro de Trump foi detido no Connecticut, a bordo de um iate do milionário chinês Guo Wengui, por suspeitas de ter desviado centenas de milhares de dólares de uma campanha de angariação de fundos para a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México.

O juiz Stewart Aaron fixou-lhe uma fiança de 5 milhões de dólares (4,2 milhões de euros), 1,75 milhões de dólares (1,4 milhões de euros) dos quais em dinheiro ou propriedades, e proibiu-o de sair do país ou viajar em aviões ou embarcações privadas sem autorização expressa do tribunal.

Até à próxima audiência, marcada para 31 de agosto, Bannon tem ainda de suspender a angariação de fundos que empreendeu com três colaboradores – Brian Kolfage, Andrew Badolato e Timothy Shea -, igualmente detidos e acusados.

Segundo a acusação, Bannon e os colaboradores montaram um esquema para desviar dinheiro recolhido através da campanha “We Build The Wall” (“Nós Construímos o Muro”), que reuniu mais de 25 milhões de dólares (21,1 milhões de euros).

A campanha prometia que a totalidade dos fundos angariados financiariam a construção do muro, principal promessa eleitoral do Presidente, mas, segundo a acusação, a promessa era “falsa”.

O polémico antigo colaborador de Donald Trump, que abandonou a administração norte-americana em 2017 e colaborou com movimentos de extrema-direita em vários países, designadamente na Europa, é acusado de conspiração para fraude eletrónica e conspiração para branqueamento de dinheiro, puníveis com até 20 anos de prisão cada um.

ZAP // Lusa

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