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SOS Racismo apresenta queixa contra João Braga

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A SOS Racismo vai apresentar queixa contra João Braga, depois de o fadista ter escrito que, hoje em dia, “basta ser-se preto ou gay para ganhar os Óscares”, numa clara referência a “Moonlight”, que ganhou a estatueta para Melhor Filme.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, citado pela RTP, a SOS Racismo anunciou que vai apresentar uma participação à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) contra o fadista João Braga.

A associação entende que os “atores sociais” tem a responsabilidade acrescida de “não sedimentarem preconceitos e legitimar racismos”, algo que não se verificou na postura do fadista.

Por isso, e tendo em conta “o atual contexto político e com o crescimento de movimentos e discursos racistas”, entende a SOS Racismo que “as declarações racistas e homofóbicas de João Braga devem ser denunciadas e repudiadas“, lê-se na nota.

“A agressão não é opinião, o insulto não é opinião, o racismo não é opinião“, conclui.

Em causa está o post partilhado pelo fadista no Facebook, na passada segunda-feira, no qual escreveu que, hoje em dia, “basta ser-se preto ou gay para ganhar os Óscares”.

O desabafo do fadista de 71 anos surgiu depois de “Moonlight” ter sido anunciado como o Melhor Filme do Ano, depois de uma troca de envelopes num engano histórico.

O filme, realizado por Barry Jenkins, centra-se na história de um jovem negro, que vive num bairro problemático dos Estados Unidos, e que é homossexual.

Depois de ter estalado a polémica, João Braga defendeu-se, em declarações à revista Flash, dizendo que escreveu “aquilo em tom irónico, sem ofender ninguém”.

No Facebook, o fadista também se atirou aos críticos, realçando que “os herdeiros de Estaline são mesmo avessos à liberdade de expressão”.

ZAP //

34 Comments

  1. Com tanto racismo a acontecer por este mundo, com populismos, Trumps, ascenções de partidos nacionalistas, hostilidade para com os refugiados, etc… A SOS Racismo não tem nada mais importante com que se preocupar. Eu penso que é um absurdo a SOS Racismo queixar-se de João Braga.

    Há aqui um equívoco… Continua a confundir-se a discriminar de minorias (raciais ou de orientação sexual), com achar que esses grupos não têm de ser privilegiados. Se por um lado a raça ou a orientação sexual não devem ser motivo de descriminação dos direitos, por outro também não devem ser razão para privilégios.

    Ora se bem percebo, o que João Braga acha (erradamente ou não) é que houve privilégios dados pelo facto de Moonlight ser produzido por pessoas de uma raça minoritária. Ele insurge-se contra haver privilégios para minorias, e acha que as minorias devem ter IGUAIS oportunidades… E não privilégios.

    Infelizmente isto está a ser distorcido como se ele estivesse a dizer que as minorias devem ser discriminadas… Mas dizer que as minorias não devem ser priviligiadas não é o mesmo do que dizer que devem ser discriminadas.

    • Não andamos sensíveis. Andamos a ser doutrinados e a ser inoculados com o vírus da auto-censura. Como os nossos avós, por razões semelhantes, mas no polo oposto da política.
      O politicamente-correcto é a fase inicial do social-fascismo. Igualdade total e absoluta no pensamento e palavras OR ELSE…!

  2. A inteligência vende-se em frascos é só diluir duas gotas em água e tomar antes de deitar. SOS racismo ou SOS liberdade de expressão?

  3. Eu concordo plenamente que se avança com a queixa-crime e denunciar os chamados de “gente pública”. A SOS Racismo deve estar atento a tudo e não deixar passar casos idênticos nesta sociedade, em Portugal e noutras partes do mundo.
    A escravidão foi abolida mas continua muita gente a pensar que ainda estamos nessa época.
    Força SOS Racismo.

  4. Hoje em dia quem não pertencer a uma minoria está lixado e a tão aclamada liberdade de expressão já não tem valor se for para criticar ou discordar dessas mesmas minorias. No mundo moderno em que vivemos hoje essas ditas igualdades de direitos já foram ultrapassadas á muito tempo, a vontade dessas minorias é serem minorias superiores aos demais devidamente apoiados por governos e leis criadas para descredibilizar ou mesmo incriminar qualquer insurgente que se atreva a usar a sua “liberdade de expressão” pois passa a ser alvo de duras criticas e ameaças legais. Sou contra qualquer tipo de favorecimento mas sou a favor da igualdade em toda a sua abrangencia e para todas as pessoas.

    • Sr Paulo: A “liberdade de expressão” tem os seus limites. Não é o tudo vale, sabe? Quando essa liberdade atinge os direitos e liberdades de outros, é aí que ela acaba. Sabia disso? Ou acha que isto de liberdade é anarquia?

      • Aí é que se engana. A liberdade de expressão, não tem limites. No momento em que tem limites deixa de ser uma liberdade. E dar uma opinião não interfere com direitos ou liberdade de outros. Quem não gosta da opinião expressada pode sempre responder e contra-argumentar essa mesma opinião.

      • Então, segundo a sua “maneira de ver” eu tenho o direito de tirar a sua liberdade e vice-versa. A liberdade tem limites sim! Até para si. “Isto” aqui ainda não é uma anarquia!

        Toda a gente tem direito à sua opinião. Concordo consigo aí. O que não tem direito é de expressar opiniões (publicamente) que interferem com a liberdade de outros (mesmo que esse outro seja o senhor). Não gosta? Tem o direito a isso. O que não tem o direito é de dizer que eu tenho de seguir a sua “doutrina” (que me parece racista).

      • Não entendo como é que expressar uma opinião, ainda por cima no Facebook, é limitante da liberdade de quem quer que seja. Só lá vai ler quem quer, ninguém é forçado a ler ou seguir o senhor (provavelmente racista) em questão. E liberdade com limites, deixa de ser liberdade. Então agora aparece um grupo, uma minoria, grupo étnico, coxos, heterosexuais, putos sem barba, ou outro grupo qualquer que se sentem incomodados com esta ou aquela opinião expressada por X, e acham que X não têm o direito de dizer isto ou aquilo. Então e todas as outras pessoas ficam privadas de poder ouvir a opinião de X, só porque um grupo se pode sentir ofendido? E quem define o que é ofensivo, racista, etc? O próprio grupo que se sente ofendido? Não pode ser assim, tem de valer poder dizer tudo, haver troca de ideias, livremente, incondicionalmente e sem quaisquer restrições. Quem não gostar, pode sempre responder, contra-argumentar. Só assim o mundo das ideias evolui, crenças e dogmas são desmontados. E se por defender a liberdade de expressão me consideram racista, então seja, considerem-me racista, podendo eu, ao exercer a minha liberdade de expressão, refutar essa sua opinião sobre mim.

  5. Estamos numa fase muito critica da nossa sociedade em que os pretos são discriminados pelos brancos e os brancos discriminados pelos pretos, os homossexuais são discriminados heterossexuais e os heterossexuais discriminados pelos homossexuais. Quando vai ser o dia em que o heterossexual, o homossexual, o branco ou o preto pode falar dos diferentes de si sem que seja considerada uma fobia qualquer em vez de simplesmente ser uma opinião. Essa analise não pode ser feita a partir de um único momento ou frase, há que saber se a intenção ou historial das pessoas que tomam determinadas atitudes ou fazem determinados comentários demonstram os comportamentos intolerantes de forma continuada.
    Corremos o risco de perder a liberdade de expressão, porque qualquer tipo de ação vai ferir o sentimento de alguém que seja mais intolerante à opinião do outro ou esteja permanentemente com vontade de se colocar na posição de vítima.
    Isto pode ser uma fobia inversa de alguém que pode estar sempre a tentar chamar a atenção à sua causa.
    Dialogar mais e entender o próximo talvez seja a solução, em vez de pensar que temos o mundo nos nosso ombros.

  6. O Sr Joao Braga tem todo o direito de dizer o que pensa,pois vive num pais livre. Em relacao a SOS racismo, digo isto: vao trabalhar e deixem de parasitar.

  7. É tudo muito giro. Li hoje num jornal um artigo sobre ciganos em Santo Aleixo da Restauração. Mostrava mesmo fotografias de sinais feitos em casas e em muros contra os ciganos. Críticas mesmo duras. Mas a porcaria do artigo não tinha um parágrafo, nem ao menos uma palavra, acerca do que levava as pessoas a insurgirem-se contra os ditos cujos. Parece que eles são uns anjinhos e que há apenas má vontade por parte de outrem sobre tal gente. A comunicação social é assim…!

  8. Pois… E também não tinha qualquer referência ao porque de muitos ciganos serem como diz serem! Ou será que dizia? Ganhe juízo! Estas “coisas” dão para os dois lados, sabia? E antes que se ponha com piadas de mau gosto, o que quero dizer é que a culpa não é só de um lado.

  9. Não concordo com a opinião expressada pelo Sr. João Braga, revela traços de racismo, sem dúvida. Está a incitar à violência? Não. Logo, tem todo o direito a expressa-la. Quem não gostar que responda, contra-argumente, expresse a sua opinião contrária.
    Pelos comentários que leio as pessoas não sabem mesmo o que é liberdade de expressão. Se é liberdade, é livre e não tem limites. E quando as pessoas dizem “eu com concordo com a liberdade de expressão, MAS…”, essas pessoas não concordam com liberdade de expressão, e na maioria nem o sabem. Não pode haver mas nem quaisquer limites.
    Recomendo a todos os que pensam que concordam com a liberdade de expressão a ler o seguinte livro” ‘Direito a Ofender’ – a liberdade de expressão e o politicamente correcto” de Mick Hume. A mim abriu-me muito os horizontes.
    Faço minhas as palavras de Voltaire: “Je ne partage pas vos idées mais je me battrai jusqu’à la mort pour que vous puissiez les exprimer”

      • Não me dei conta ter descido de nível ou ter ofendido alguém. E se me ofendesse, que não passa de exprimir palavras que eu, talvez, e subjectivamente, podesse considerar ofensivas, então o senhor arriscasse a que eu lhe respondesse da mesma maneira. Mas que está no seu direito de se exprimir por palavras, potencialmente ofensivas, sim, está. Arrisca-se é que eu lhe vire as costas ou o tentasse ofender de volta, mas aí, estaria eu de facto a descer de nível.

  10. Ele não disse que estava contra! Ele disse que bastava ser preto e ser gay. Ser preto ou ser gay é bastante! Não é preciso ser mais nada. Isso só engrandece essas pessoas, não as diminui.

  11. O filme está a ser apresentado em TODO o mundo como sendo um filme sobre negros e homossexuais. Que raio de ideia a do João Braga lembrar-se de dizer que trata de pretos e de gays…

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