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Sócrates pede a nulidade das escutas da Operação Marquês por estarem infetadas

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Fernando Veludo / Lusa

A defesa do ex-primeiro ministro alega que o vírus informático que infetou as escutas de José Sócrates as torna “inaudíveis e imprestáveis”, pelo que devem ser anuladas da acusação, no âmbito da Operação Marquês.

Em janeiro deste ano, a defesa de José Sócrates revelou que os 700 gigabytes de escutas do processo Operação Marquês, que foram entregues em dezembro pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal à defesa do ex-primeiro-ministro José Sócrates, estavam infetados com vírus informáticos.

Esta quinta-feira, de acordo com o Observador, que cita um comunicado de Pedro Delille, José Sócrates requereu no Tribunal Central de Instrução Criminal a “arguição de nulidade de todas as escutas telefónicas realizadas e juntas” ao inquérito da Operação Marquês.

A defesa do ex-primeiro ministro alega no requerimento enviado ao juiz Carlos Alexandre que as escutas “estão infetadas por vírus maliciosos e são de todo inaudíveis e imprestáveis para os efeitos processuais pertinentes”, já que “não permitem a identificação dos intervenientes nas conversas escutadas, nem a data, hora ou local em que ocorreram”.

Além disso, Pedro Delile denuncia ainda que, por estarem gravadas em formato .wav as escutas “não são ficheiros protegidos, podendo ser ou estar manipulados”.

A infeção dos ficheiros informáticos que contém as escutas da Operação Marquês terá sido “comprovada nos autos por consultores informáticos de vários arguidos” e “tem sido reiteradamente confirmada pelo próprio juiz do Inquérito, dr. Carlos Alexandre, que declarou o justo impedimento processual dos arguidos e dos assistentes”.

Pedro Delille afirmou ainda que “é motivo de público escândalo” que esta “situação se verifique logo num processo como este, prosseguido num departamento da Procuradoria Geral da República especialmente constituído e especialmente equipado durante anos para perseguir o eng. José Sócrates“.

ZAP //

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