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SIRESP, Odemira, cuidadores informais e TAP. Marcelo diz que está “preocupado”

Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Esta terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez uma visita à região de Caminha e mostrou-se preocupado com vários temas de atualidade. 

“As pessoas estão no meio da pandemia, estão com problemas, com dificuldades económicas e sociais, é natural que tenham outras coisas na cabeça, mas as que puderem têm de estar atentas a este problema”, começou por dizer Marcelo Rebelo Sousa sobre a limpeza dos terrenos florestais, que tem de ser realizada até 31 de maio.

Em relação ao SIRESP, segundo conta o jornal Público, o Presidente mostrou-se satisfeito pelo facto de ter sido encontrada uma saída para garantir que, este ano, as comunicações de emergência não sejam postas em causa.

“Independentemente da solução que venha a ser adotada, este ano não há problema. Há uma solução que permite ganhar tempo para resolver o problema jurídico”, afirmou. “Há um problema jurídico, o problema que espere um bocadinho. Estamos em cima do verão. Daqui a um mês podemos estar perante um problema de fogos florestais”.

Relativamente ao caso de Odemira, Marcelo defendeu que “têm de se retirar muitas consequências políticas” sobre a situação dos trabalhadores agrícolas imigrantes, apontando que esta reflexão “não pode depender de haver problemas de saúde”.

Nesse sentido, o Presidente da sinaliza que tem de haver uma maior “fiscalização”, “tem que se apurar se há ou não uma situação que convida àquilo que são atuações criminais”, bem como refletir-se “a sério” sobre a situação vivida pelos trabalhadores imigrantes em Portugal. “Fala-se de inclusão, mas a inclusão é muito relativa”, avisa.

Por fim, o Chefe de Estado alertou que estas reflexões não podem “depender de haver problemas de saúde” que levam a que estas situações sejam trazidas para a agenda pública.

Em relação à TAP, Marcelo afirmou que há “duas boas razões” para os portugueses estarem “atentos e permanentemente preocupados” com a situação da TAP.

Marcelo lembrou que a TAP tem tido uma “posição estratégica” para Portugal, sobretudo nas ligações com as comunidades emigrantes espalhadas pelo mundo e com certos mercados que “têm sido fundamentais” para o turismo nacional. Além disso, sublinhou que “há dinheiros públicos envolvidos”.

“Há duas boas razões para os portugueses estarem atentos e permanentemente preocupados. O que se espera é que as questões jurídicas e outras que possam existir não afetem o essencial que é o interesse do país”, disse ainda.

Por fim, questionado sobre os cuidadores informais, Marcelo manifestou-se preocupado com o número “muito pequeno” de pessoas que conseguiram o estatuto de cuidadores informais, sublinhando que quer perceber o que se passa com a lei.

É uma questão que me preocupa muito. Eu acho que há muitíssimos mais cuidadores informais do que aqueles que ficam registados. Não sei se são dezenas de milhares ou centenas de milhares, mas é só olhar para as famílias que têm cuidadores informais da própria família ou outros. E fico preocupado quando se faz uma lei e no fim aparecem 2000 ou 3000 cuidadores informais que preenchem os requisitos”, referiu.

O Presidente adiantou que vai reunir-se em breve com as associações representativas dos cuidadores informais, para perceber o que se passa com a lei. Ressalvou ainda que “a lei em si mesma era promissora“, vincando que é preciso perceber se há algum problema na sua aplicação.

ZAP // Lusa

 

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