Um relatório desclassificado sobre os sintomas sentidos por diplomatas em Cuba põe de lado a teoria da exposição direta a radiação micro-ondas. Os culpados podem mesmo ter sido os grilos.
No fim de 2016, depois de serem surpreendidos por um ruídos agudos e persistentes, vários diplomatas norte-americanos que serviam na Embaixada de Cuba adoeceram, apresentando sintomas que incluíam dores de cabeça, dores de ouvidos, perda auditiva, vertigens e náuseas.
Recentemente, a Buzzfeed News publicou um documento desclassificado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, concluído em 2018 e classificado como secreto, que rejeita a teoria de que terá sido a exposição direta a radiação micro-ondas a causar a Síndrome de Havana.
O relatório científico considera altamente improvável que as radiações tenham sido a causa dos incidentes e indica que os ruídos podem mesmo ter sido causados por grilos.
Apesar de o documento não concluir definitivamente o que causou os misteriosos sintomas, indica que a “psicologia das massa” pode ter contribuído para a queixa dos funcionários.
“Acreditamos que os sons gravados são de origem mecânica ou biológica, e não eletrónica. A fonte mais provável é o grilo de cauda curta das Índias“, lê-se no documento. “O sofrimento relatado pelos afetados é real” e “efeitos psicológicos podem servir para o explicar”.
A teoria dos grilos já tinha sido apresentada como uma provável explicação, mas o Governo norte-americano rejeitou-a com base noutro relatório, encomendado pelo Departamento de Estado e divulgado por um painel das Academias Nacionais de Ciências, no ano passado, que, uma vez mais, apontou para a teoria da radiação micro-ondas.
Desde que os diplomatas norte-americanos em Havana começaram a relatar sons estranhos que ouviam nas suas casas, surgiram já várias teorias sobre o que terá acontecido. Há a versão do “ataque sónico”, dos grilos e até de uma histeria coletiva.
Até hoje, a Síndrome de Havana ainda é um mistério.
Síndrome de Havana
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