A síndrome de Havana não foi causada por uma grande arma de energia

Rolando Pujol / EPA

Embaixada dos EUA em Havana, Cuba

Um novo relatório com informações dos serviços secretos dos Estados Unidos (EUA) revelou que a síndrome de Havana não foi provocada por uma arma de energia dirigida, suspeita que foi anteriormente levantada.

A síndrome de Havana atingiu funcionários dos EUA em Cuba e noutros territórios. Até à data, as diligências não resultaram em conclusões claras sobre o que poderá estar na origem das queixas ou até quem será o autor das perturbações com consequências a nível cerebral.

Na maioria dos casos, os médicos e peritos conseguiram atribuir as queixas a outras fontes, ainda assim, continua a existir um subconjunto menor de algumas dezenas de casos que os peritos admitiram terem sido causados pelo uso deliberado de energia.

De acordo com o Washington Post , os serviços secretos não avançaram uma explicação para o sucedido, mantendo-se assim o mistério.

Na quarta-feira, o jornal avançou que, com base em cinco fontes anónimas da serviços secretos norte-americanos, foi concluído num relatório interno que é “muito improvável” que um inimigo com alguma arma secreta estivesse por trás dos relatos da síndrome de Havana.

Pelo menos 26 funcionários e diplomatas norte-americanos e 14 canadianos destacados na capital cubana apresentaram sintomas como lesões cerebrais, tonturas, dores de cabeça e falta de capacidade de concentração por motivos desconhecidos, num caso que ficou conhecido como “Síndrome de Havana”.

Os casos ocorreram entre novembro de 2016 e agosto de 2017. Em 2018, foram conhecidos dois casos semelhantes na China, atribuídos a possíveis “ataques com radiação sónica” ao pessoal diplomático norte-americano em Cuba.

Dois funcionários dos serviços secretos disseram ao Washington Post que sete agências de informação, incluindo a CIA e o Departamento de Estado, conduziram o relatório interno, recentemente finalizado. As agências analisaram cerca de 1.000 casos durante a elaboração do documento.

Cinco das agências envolvidas que era “muito improvável” que a síndrome de Havana tenha sido causada por um país estrangeiro. Outra das agências disse que era “improvável”. A sétima agência absteve-se de fornecer uma opinião, embora todas tenham concluído que não foi um ator estrangeiro a causar os sintomas.

Num relatório de 2022, a CIA confirmou que essa condição não tinha sido causada por um adversário estrangeiro. Em 2021, uma análise científica do Departamento de Estado concluiu que não se deveu a armas de microondas.

Em 2020, uma investigação pedida pelo Departamento de Estado à Academia Nacional das Ciências norte-americana sugeriu que os sintomas misteriosos que afetaram diplomatas norte-americanos em Cuba e na China podia estar relacionados com exposição direta a radiação microondas.

ZAP //

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