Esta quarta-feira, o ministro da Administração Interna prestou esclarecimentos sobre a morte de um cidadão ucraniano à guarda do SEF, no aeroporto de Lisboa, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Eduardo Cabrita considerou que os factos estão “entre a negligência grosseira e o encobrimento gravíssimo”, frisando mais uma vez que este “não é o Portugal de que nos orgulhamos”.
De acordo com o Diário de Notícias, na mesma audição, o governante informou que a Direção Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras determinou, a 13 de março, o dia seguinte ao homicídio, uma inspeção interna.
Porém, quando o SEF comunicou a morte do cidadão ucraniano à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), a 18 de março, não fez referência a quaisquer suspeitas de crime. O que significa, escreve o jornal, que, nessa altura, a investigação ainda estaria no ponto da morte por causas naturais.
Apesar de tudo isso, o ministro admitiu, esta quarta-feira, só ter sabido das suspeitas de crime no dia 30 de março, quando três inspetores foram detidos. E só nesse dia, a IGAI iniciou um inquérito disciplinar ao caso.
Na mesma audição, a pedido do Bloco e do PAN, Cabrita também considerou que “a diferença entre o que diz a certidão de óbito e o que dirá o relatório da autópsia é matéria que tem de ser investigada”.
O ministro também quer que “seja apurado o que as pessoas da Cruz Vermelha [chamados por inspetores do SEF] constataram quando chegaram ao espaço e que decisões tomaram”.
Sobre o Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa, onde alegadamente ocorreu o assassinato, Cabrita disse que “está fechado até 30 de abril” e que “não voltarão a entrar requerentes de proteção naquela estrutura”.
O governante responsável pelo MAI disse ainda que a sala onde morreu o cidadão ucraniano era “destinada à privacidade do acesso dos Médicos do Mundo” e “vai ter videovigilância”.