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Secretario-geral do PSD suspeito de falsificar currículo

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PSD / Flickr

Feliciano Barreiras Duarte, secretário-geral do PSD

O atual secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte, incluiu no seu currículo oficial e nas notas biográficas dos livros que publicou um estatuto que nunca teve.

O secretário-geral do PSD incluiu na sua biografia oficial o estatuto de “visiting Scholar” da Universidade da Califórnia, em Berkeley, associado ao seu doutoramento em Ciência Política. No entanto, Feliciano Barreiras Duarte nunca esteve nesta instituição.

Ao Expresso, Feliciano Barreiras Duarte garantiu que a referência ao estatuto de “investigador visitante” já foi retirada do seu currículo oficial.

“Há quem goste de andar nas bocas do mundo, e não se importe, mas eu importo-me”, afirmou o político, dizendo que não agiu de má fé e que nunca tirou qualquer benefício desse estatuto, como bolsas de estudo.

Feliciano Barreiras Duarte justifica a inclusão do estatuto no currículo por ter recebido, há cerca de 10 anos, uma carta de Deolinda Adão, professora em Berkeley, que o indicava como “visiting Scholar”.

No entanto, a professora disse ao semanário Sol que estaria “pronta a declarar em tribunal que o documento é uma falsificação“, já que, além de estar em português, tem uma referência errada ao nome da instituição. Por sua vez, o departamento de relações públicas da universidade garantiu que o nome de Barreiras Duarte não consta dos seus registos.

Barreiras Duarte explica que trocou correspondência com uma assistente de Deolinda Adão e que almoçou com a académica e com Manuel Pinto de Abreu, docente da Universidade Lusófona que orientou o seu doutoramento. Pinto Abreu sublinha que “o processo para a concretização do estatuto de visiting scholar nunca foi oficializado”.

Eu não forjei nada“, assegura o atual secretário-geral do PSD, afirmando ao Expresso que “os meus graus académicos são em Portugal e nunca precisei da Universidade de Berkeley para publicar os meus trabalhos”.

No entanto, no seu currículo constava como “doutorado em Direito na Universidade Pública de Berkeley”, detalhe que o Expresso aponta como um erro, já que o nome correto seria Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Em relação ao presidente do partido, Barreiras Duarte assegura que Rui Rio sabe de tudo desde que começou a ser interrogado pelos jornalistas. Soube a eventualidade do seu cargo de secretário-geral do PSD poder estar em causa, Barreiras Duarte não comenta.

“É inequívoco que Barreiras Duarte fez referência a um aspeto do seu currículo que não era preciso e corrigiu, é esta informação que eu tenho e ele deu essa informação à comunicação social”, afirmou este domingo Rui Rio, questionado no final do Congresso do CDS-PP, em Lamego (Viseu).

Até ao início da tarde de sexta-feira, Barreiras Duarte integrava a comitiva social-democrata que iria a Lamego. Contudo, o presidente do PSD argumentou que a não ida ao congresso do CDS-PP “não tem a ver com isso“, já que “ele não estava na delegação, houve um momento que disseram que estava, mas nunca esteve”.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. Impressionante como este pessoal nem sabe bem onde estudou!
    Mais um Sócrates, um Relvas ou um dos amigos do Costa, daqueles que tiram o curso em Castelo Branco e em Beja sem lá ir e depois é o flagelo dos incêndios.

    • Mas o que tem que ver o Sócrates com isto? O Engº Sócrates tirou o curso em Coimbra, na altura EngºTécnico.
      Depois foram considerados Engenheiros. Conheço bastantes que frequentaram com ele e agora ninguém põe em causa que são Engenheiros.

      • Esse episódio da cadeira ao Domingo é referente a uma outra licenciatura que o socas tirou, penso que seja em ciência política, não tem a ver com a engenharia que tirou em Coimbra.
        Mas continuam a estar todos no mesmo saco!

  2. O problema do Sócrates, não foi o bacharelato que tirou no ISEC, mas quando tentou tirar a licenciatura na pseudo-universidade “Independente” que foi fechada, devido aos “bons serviços” que lhe prestou, como a muitos outros políticos aí da praça, ainda no activo.

    Na enciclopédia online, Wikipédia (entrando com “a licenciatura do Sócrates”) esta expressa literalmente:
    “Sócrates terminou o bacharelato no Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra em 1979. Quinze anos mais tarde, já deputado, inscreve-se no curso do ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa), onde termina dez cadeiras semestrais e deixa 12 por fazer. Em 1995, o reitor da Independente aceita a sua inscrição – sem receber o certificado de habilitações do ISEL (chega depois). Na UnI, conclui cinco disciplinas – entre as quais Inglês Técnico -, quatro leccionadas pelo mesmo professor[1]. As classificações de quatro cadeiras são lançadas num domingo de Agosto[2].
    No processo da licenciatura de Sócrates há documentos por assinar e carimbar, datas confusas, contradições nas notas, professores repetidos,… ”

    Pelos vistos, não caso único!! Mais outro caso triste, este!! Quem mente acerca do seu CV, a sua essência profissional, mente em relação a tudo. Não pode ter perdão!! Demita-se e desapareça do mapa!!

    • O que eu digo e confirmo é que tirou o curso em COIMBRA, e conheço muitos que lá o tiraram e agora são tratados como Srs. Engºs e trabalham e ganham como tal.

      As notas serem lançadas ao domingo, é já uns anos posteriores, mas também isso não quer dizer que tenha feito as cadeiras ao domingo. Foram notas lançadas no livro ao domingo.
      Eu que trabalho, muitas vezes envio documentos para a Atributária, faço pagamentos ao domingo e nunca me devolveram nada, por ser ao domingo.

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