Santos Silva: “Chega é extrema-direita. Mas isto tem um sentido neutral”

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Presidente da Assembleia da República não coloca PCP e Bloco como partidos simétricos do Chega.

Augusto Santos Silva não considera que a maior ameaça actual ao regime democrático seja o Chega.

Para o presidente da Assembleia da República, há sempre várias ameaças ao regime democrático e, hoje, são os “regimes autoritários e seus apóstolos” que mais ameaçam a democracia.

“A grande confrontação que o mundo hoje vive, é entre as democracias e as autocracias e, infelizmente, essa confrontação está até a assumir foros de guerra militar”, declarou, em relação à guerra na Ucrânia.

O conflito em território ucraniano representa “uma crise de segurança como não vivíamos desde o fim da II Guerra Mundial”, acrescentou, em entrevista à rádio TSF e ao jornal Diário de Notícias.

Voltando ao Chega, Santos Silva recorreu à ciência política para descrever o partido liderado por André Ventura: “Costumamos caracterizar os partidos políticos segundo duas variáveis: a primeira, remete para a distinção clássica que vem da revolução francesa, entre direita e esquerda e, portanto, nessa classificação, o Chega é um partido de direita. A outra variável, remete para a maior ou menor moderação ou extremismo dos diferentes partidos e, nesse sentido, diria que um cientista político caracterizaria o Chega como um partido de extrema-direita ou de direita radical“.

No entanto, sublinhou o presidente da Assembleia, esta classificação é “convencional” e apresenta um “sentido neutral, faz-se com distanciamento para caracterizar os partidos políticos”.

Em relação à esquerda, Santos Silva recusa colocar o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) como partidos “simétricos” do Chega, apesar de serem partidos “revolucionários”, ideologicamente. PCP e BE estão dentro do quadro constitucional português; o Chega “contesta esse quadro constitucional”.

Augusto Santos Silva assegurou que, na Assembleia da República, vai olhar “por igual” para todos os deputados, porque todos “foram escolhidos pelos portugueses e não há portugueses que valham mais ou menos, consoante os partidos em que votam”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

8 Comments

  1. “regimes autoritários e seus apóstolos” isto faz lembrar o governo socrates de má memória, onde este sr era figura de poa, arrogante, autoritário e muitas vezes, no mínimo, inconveniente.

    • Este sr. com Sócrates era direitista, agora com Costa é esquerdista. No fundo, é um saliente oportunista político.

  2. Foi com as permissividades conhecidas dos partidos considerados na altura como democráticos, que Hitler subiu ao poder com o resultado que todos conhecemos. O Presidente da Assembleia da República actual, de tão preocupado que está com a simetria do PCP e do Bloco, ambos considerados como revolucionários, entre aspas, até consegue encontrar uma classificação convencional também entre aspas para o Chega.
    Vamos longe…

  3. Portugal é um país pequeno e pobre. Ninguém põe cobro às injustiças laborais. Como é possível alguém reformar-se com a Pensão de Juiz Conselheiro sem ter exercido funções efetivos nesse Cargo. Como é possível alguém reformar-se com a Pensão de General/Almirante sem ter exercido funções nessa Alta Patente Militar. A verdade é que quem fica com os “ Louros” são aqueles que não fizeram nada de nada e não contribuíram verdadeiramente. Há tanta cegueira na vida coletiva em Sociedade. E já agora, na perspectiva política, o que significa “extrema direita em Portugal”? E o que é o Comunismo em Portugal?!

  4. É fundamental denunciar os atos de corrupção política e comerciais. É fundamental denunciar o Capitalismo de Estado Português ao serviço das elites políticas e dos negócios do partido político do Governo de Portugal. É fundamental denunciar os atos de favorecimento ilícito e ilegítimo das Sociedades comerciais cujos membros de órgãos estatutários pertencem aos Quadros do Partido político do Governo de Portugal. Qual é a problemática do Governo de Portugal ? É efetivamente a inobservância de uma alternativa política de Governação económica para Portugal. O PSD que não venha cá com a ideia da ideologia do “Estado mínimo” e dos “ Impostos baixos”! A verdade é que Portugal precisa muito do aperfeiçoamento no Sistema de Tributação com mais Eficiência, mais Eficácia e e boa previsão na cobrança de impostos devidos. Portugal precisa de melhorias nas estruturas económicas e financeiras. Portugal precisa de uma Estratégia de Sustentabilidade Ambiental e Energética para as Novas Gerações, mais e melhores infra-estruturas de mobilidade ferroviária e aérea. Há tanta coisa para fazer!

  5. A Rússia ainda é o que sempre foi. Um Czar, uns milhares de Boyardos e o resto é tudo mujiques!: Potugal é em tudo semelhante, um Ailbaba mais de 40.000 ladrões e o resto é tudo “ovelhas”.

  6. Hoje o CHEGA “André Ventura”, chegou na AR para o senhor Santos Silva e restante plateia ao ter tocado no assassinato do polícia à porta de uma discoteca onde um dos implicados está em fuga impondo ordens na forma como se “pretende entregar” às autoridades e que por acaso até parece ser cigano, logo isto foi o rastilho para revoltar o senhor presidente com aplausos da restante plateia. Penso eu que o CHEGA terá ganho mais uns votos, e por mais que teimem, não será desta forma que os restantes partidos convencerão o povo desprotegido e abandonado pela classe política de que é de racismo que se trata como pretendem fazer crer, e não de uma questão cívica só porque parecem querer impor aos portugueses que certas minorias estarão acima da lei e devem ser protegidas como espécie rara! Outros países estão a ser vítimas de casos idênticos com gente oriunda de culturas incapazes de se integrar na cultura europeia e depois há quem fique surpreendido quando o povo revoltado vira de voto, veja-se agora o caso francês. Os políticos vão cavando o fosso onde se hão de enterrar!

  7. Está visto que este governo se vai passear durante 4 anos, tal como também se vê que, estando o BE e o PCP feridos de morte e sem qualquer credibilidade, o único partido capaz de fazer alguma mossa no sistema político é o CHEGA

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