O fim abrupto das operações internacionais levou ao incumprimento de contratos da Santa Casa com várias empresas, que ameaçam agora avançar para tribunal.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), através da sua subsidiária Santa Casa Global, enfrenta uma crise financeira e legal potencialmente grave decorrente dos seus esforços de internacionalização, com estimativas de perdas que podem ascender a cerca de 50 milhões de euros em investimentos malogrados no estrangeiro, particularmente no Brasil e no Peru.
Além das perdas financeiras diretas, a SCML corre o risco de enfrentar litígios que poderiam adicionar milhões ao seu passivo, explica o Público.
Em junho, surgiram suspeitas sobre a gestão dos investimentos internacionais da Santa Casa Global, levando à realização de uma auditoria e à decisão da mesa da SCML, sob nova liderança da provedora Ana Jorge, de cessar todas as operações internacionais. Esta decisão resultou em dívidas acumuladas e incumprimentos de contratos devido à suspensão dos pagamentos a fornecedores e trabalhadores.
No Brasil, a Santa Casa Global enfrenta uma reivindicação superior a seis milhões de euros por parte do governo do Estado do Rio de Janeiro, alegando incumprimento de contrato na gestão da lotaria Rio de Prémios e da “raspadinha”. A falha na entrega dos valores devidos e a subsequente suspensão das atividades da loteria levaram a reclamações públicas dos consumidores.
Além disso, a Santa Casa Global detém uma participação numa empresa de base tecnológica no Reino Unido, a Ainigma Holdings Ltd, que desenvolveu uma plataforma para a Nexlot, operadora de lotarias no Peru. A recusa da SCML em participar num aumento de capital, alegadamente devido a uma auditoria em curso, poderá resultar numa perda significativa de valor da sua participação societária, estimada em 10 milhões de euros.
O ex-provedor da SCML, Edmundo Martinho, criticou a atual direção por abandonar os negócios internacionais sem ter feito “qualquer avaliação”, exacerbando as perdas financeiras. Em resposta às solicitações de comentário, a SCML indicou que não poderia fornecer detalhes, dado que o processo foi remetido ao Ministério Público e está sob segredo de justiça.
Mais um assunto estranho.
Aguardemos, mas ha aqui mãozinha de fidalgo, Palavra que em bom português se desdobra em “filho de algo”, filho de alguém bem conhecido. diga-se, pródigo em habilidades recentemente divulgadas e confirmadas.