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Santa Casa alerta para falsos dados sobre donativos

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António Cotrim / Lusa

Rescaldo do incêndio em Valongo, Pedrogao Grande

Rescaldo do incêndio em Valongo, Pedrogao Grande

A Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande alertou esta quinta-feira para “informações falsas” que estão a circular relativas a donativos monetários e à doação de bens, sugerindo que quem quiser ajudar contacte diretamente a instituição.

“Uma vez que estão a circular informações falsas acerca da nossa disponibilidade para aceitar bens e voluntários, vimos por este meio esclarecer que a Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande continua a aceitar toda a ajuda possível”, indica a instituição.

Contudo, existem “pessoas fazendo-se passar por funcionários da instituição, aceitando bens, bens esses que não” estão a chegar à Santa Casa, realça, pedindo aos interessados em ajudar que entreguem os bens a “colaboradoras devidamente identificadas”, isto é, com farda ou que circulam na carrinha desta entidade.

“Sabemos também que estão a circular alguns números de identificação bancária falsos para donativos monetários com destino à Santa Casa”, aponta, solicitando, mais uma vez, que se entre em contacto direto com os serviços.

Alerta de furtos em aldeias evacuadas

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande alertou a população para a vaga de furtos nas aldeias evacuadas devido ao incêndio que lavrou no concelho e pediu atenção ao surgimento de falsos técnicos de apoio.

“Quero lançar um alerta para a nossa população por causa de duas situações que estão a acontecer: uma delas foi inicial, em que as pessoas foram retiradas das suas aldeias e houve grupos que sabiam que as aldeias tinham sido evacuadas e assaltaram essas casas”, disse o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Carlos David.

Ao mesmo tempo, chegou ao conhecimento deste responsável “que existem falsos técnicos no terreno, identificados como voluntários, e que querem entrar dentro das casas das pessoas para ajudar e depois assaltam-nas”.

“Atenção, não acreditem, nós estamos a desenvolver um plano de ação que é centralizado nas Juntas de Freguesia […] e em duas ou três associações aqui do concelho”, acrescentou, solicitando à população para estar atenta a “caras estranhas”.

Acresce que, segundo o representante, “há contas falsas na internet de ‘Os amigos de Pedrógão’ e de ‘Os unidos de Pedrógão'”. “Isso é tudo vigarice, isso é tudo falso“, realçou.

Carlos David reconheceu que “as pessoas estão a ser apanhadas de surpresa com esta onda de solidariedade que está a surgir”, mas pediu cautela.

“Além deste infortúnio e desta desgraça, ainda há pessoas que têm a lata de vir roubar os nossos velhinhos que perderam tudo e só ficaram com a roupa no corpo”, condenou, indicando ainda que quem quiser ajudar deve entrar em contacto direto com a corporação.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que foi dado como dominado na tarde de quarta-feira, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria. Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

Este incêndio já consumiu cerca de 30.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

// Lusa

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