O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez publicou no domingo um artigo em sete idiomas europeus, argumentando que o coronavírus pode ser a ruína da União europeia (UE) caso não sejam tomadas medidas mais drásticas para lidar com a crise.
“As circunstâncias são excepcionais e exigem posições inabaláveis: ou enfrentamos esse desafio ou fracassamos como união. Chegamos a um momento crítico em que mesmo os países e governos mais fervorosamente pró-europeus, como é o caso da Espanha, necessitam de uma prova real de compromisso”, afirmou, classificando o coronavírus de como “a pior crise de saúde pública na Europa desde 1918”.
Segundo noticiou o Daily Sabah, o artigo foi publicado pelos principais jornais do Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Portugal, Espanha e Holanda.
Embora reconheça as medidas a nível europeu das últimas semanas, Sanchéz sublinhou que estão muito aquém do necessário.
“A Europa deve construir uma economia de tempo de guerra e promover a resistência, a reconstrução e a recuperação”, disse. “E deve continuar a fazê-lo quando esta emergência de saúde terminar, para reconstruir as economias do continente mobilizando recursos significativos por meio de um plano que chamamos o novo plano Marshall”.
No domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também publicou um artigo de opinião pedindo aos países para aumentarem o orçamento da UE e para um Plano Marshall Europeu.
A Espanha é dos países com mais casos confirmado de coronavírus na Europa e o segundo com mais mortes, depois de Itália. O seu bloqueio nacional durará pelo menos 45 dias, e como a sua economia, sustentada pelo turismo e pelos serviços, retornará muito lentamente à normalidade, notou o Daily Sabah.
Em março, Sanchéz anunciou um pacote de ajuda de 200 mil milhões de euros para derrotar o vírus e mitigar as consequências económicas.
Assim como durante a última crise financeira europeia, a tensão acumula-se há semanas entre os países, incluindo Espanha, Portugal, França e Itália, que querem ver os eurobonds liberados para arrecadar dinheiro, e os conservadores do ponto de vista fiscal, como Alemanha e a Holanda, que pedem medidas mais restritivas.
“Os Estados Unidos responderam à recessão de 2008 com um pacote de estímulo, enquanto a Europa respondeu com austeridade. Todos sabemos o resultado”, escreveu Sanchéz no domingo.
E acrescentou: “O desafio que enfrentamos é extraordinário e sem precedentes. Exige uma resposta única, unida, radical e ambiciosa para preservar o nosso sistema económico e social e proteger os nossos cidadãos”.
A Europa sempre andou por maus caminhos, entregaram quase tudo nas mãos dos asiáticos e agora nem sequer temos quem fabrique os produtos mais básicos para as nossas necessidades na luta contra o vírus, quanto mais capacidade dos políticos para mudar de rumo e se unirem numa luta comum; vejo mais o fim da UE do que a sua restauração.