Rússia continua a atacar fábrica de Azovstal. Ucrânia pede “trégua de Páscoa”

Oleg Petrasyuk / EPA

Siderúrgica Azovstal, em Mariupol.

A Ucrânia acusa a Rússia de continuar a atacar a fábrica de Azovstal, contrariando aquilo que Putin tinha dito. Kiev pede “trégua de Páscoa”.

Mykhailo Podolyak, conselheiro de Volodymyr Zelenksyy, acusou a Rússia de continuar a atacar a fábrica de Azovstal, em Mariupol. Os russos anunciaram ter tomado controlo de Mariupol, esta semana, mas a siderúrgica na cidade portuária continua a ser o última bastião da resistência ucraniana.

A siderúrgica, segundo Podolyak, tem sido alvo de bombardeamentos por partes dos russos. Civis, incluindo crianças, estão abrigados na fábrica, mas nem assim os ataques pararam.

Por sua vez, a Rússia acusa os últimos resistentes na cidade de usarem civis como reféns.

Através do Twitter, o conselheiro de Zelenskyy pediu à Rússia que anuncie uma “verdadeira trégua de Páscoa”, que permita imediatamente a abertura de corredores humanitários.

“Páscoa 2022. Mas, agora, a Rússia está constantemente a atacar a Azovstal, em Mariupol. O local onde os nossos civis e soldados estão está coberto de bombas aéreas, fogo de artilharia e concentração intensa de forças e de equipamento para ataques. Quem deu a ordem para ‘não atacar’?“, escreveu Podolyak no Twitter.

O conselheiro ucraniano apela ainda a uma “ronda especial de negociações” para que possa haver retirada ou troca dos militares retidos em Mariupol.

Um vídeo partilhado pelo batalhão de Azov mostra o interior da siderúrgica de Azovstal. “Espero poder sair daqui e ver o sol”, diz uma criança ucraniana, citada pela CNN Portugal. “Quero ver o sol, porque aqui não há”.

Mais de 100 mil pessoas — abaixo da população pré-guerra de cerca de 430 mil — estarão presas na cidade costeira de Mariupol com pouca comida, água ou aquecimento, e mais de 20 mil civis foram mortos em quase dois meses, de acordo com as autoridades ucranianas.

Várias tentativas de evacuar civis da Mariupol têm falhado. Ainda este sábado, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk, anunciou que a Ucrânia iria voltar a tentar retirar mulheres, crianças e idosos.

Daniel Costa, ZAP //

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