Rui Rio escreveu uma carta aos portugueses para defender que desde que assumiu o papel de presidente do PSD tem tentado atuar em nome do interesse nacional, mas “não é fácil”.
“Caro concidadão.” É desta forma que Rui Rio inicia a carta que tem como remetente todos os portugueses e como principal objetivo sublinhar que, desde que assumiu o papel de presidente do maior partido da oposição, tem tentado atuar em nome do interesse nacional.
No entanto, e como nem tudo é um mar de rosas, Rio assume que o seu comportamento é encarado como sinal de fraqueza, culpando a “cultura política dominante do bota-abaixo”.
A carta já começou a ser distribuída e, segundo o Público, já chegou a algumas caixas de correio. Dizendo-se “consciente” do descontentamento dos cidadãos face aos partidos políticos, Rio inicia a missiva afirmando que a maioria dos partidos faz “birras” que “alimentam notícias estéreis” e que “nada contribuem” para o desenvolvimento da sociedade.
“Por isso, estou a tentar fazer diferente. Como já reparou, não é fácil“, escreve o líder social-democrata, assumindo que “as críticas são muitas” e que os “obstáculos” que tem pela frente exigem “determinação”.
E para que nada falte, Rui Rio apresenta um exemplo da sua atitude reativa: o funcionamento interno do próprio PSD “como uma organização mais transparente e uma postura mais virada para o interesse nacional”.
Além disso, refere ainda o seu empenho no diálogo entre os vários partidos políticos em torno de reformas estruturais. “Alguns insinuam que isto é ser frouxo“,mas no entender do líder do PSD é uma atitude que põe o interesse nacional em primeiro lugar.
As farpas a António Costa e ao seu Executivo não ficam de fora das entrelinhas. “À medida que o tempo passa”, escreve, tornam-se evidentes as “falhas” do Governo socialista e da maioria parlamentar que o sustenta desde 2015.
Ao discurso político do Governo atira o adjetivo “enganador”, acrescentando que “nada é totalmente verdade nem nada é totalmente mentira”. Aliás, para Rui Rio, as greves atestam as “ilusões” que foram “oportunisticamente vendidas”.
Portugal deve “conseguir mais e melhor”. Para isso, o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto considera ser preciso “reverter” o caminho, “falando verdade” e adotando uma “governação virada para a Europa e para o futuro”.
Se iniciou a carta com as palavras “caro concidadão” – numa tentativa de estabelecer uma relação direta com os portugueses, sem intermediários – na hora da despedida, Rui Rio despede-se com “um abraço”.