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Rendeiro fugiu da Europa para não cumprir pena. “É ato de legítima defesa contra uma justiça injusta”

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Mário Cruz / Lusa

João Rendeiro (ao centro) durante o julgamento do caso BPP

João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), condenado esta terça-feira a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, fugiu para escapar à pena de prisão.

Num texto publicado, na terça-feira, no seu blog, João Rendeiro assume a fuga, explicando que no decurso dos processos em que foi acusado efetuou “várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos”. “De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar”, escreve.

Neste sentido, o ex-presidente do BPP diz sentir-se “injustiçado” e revela que irá tentar “que as instâncias internacionais avaliem o modo como tudo se passou em Portugal”.

“Recorrerei às instâncias internacionais. Lutarei pela minha liberdade para o poder fazer”, refere.

Escreve ainda que a sua “ausência é ato de legítima defesa contra uma justiça injusta”. “Assumo a responsabilidade no quadro dos atos bancários que pratiquei, mas não me sujeito, sem resistência, a esta violência”.

Inicialmente, a TVI avançou que João Rendeiro informou a justiça de que ia passar uns dias a Londres, este verão, mas entretanto já saiu de Inglaterra, de avião, para um país fora da Europa.

Na origem do julgamento está a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas, que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava perante uma situação financeira grave.

De acordo com o ECO, o arguido foi obrigado pelo tribunal a apresentar-se em Lisboa perante a juíza até sexta-feira, dia 1 de outubro, pelas 14h.

Se isso não acontecer, será emitido no imediato um mandado de detenção europeu e a sua medida de coação será alterada de Termo de Identidade e Residência para prisão preventiva.

O antigo banqueiro, que está condenado em três processos a penas de 10, 5 e 3 anos de prisão, vai assim fugir à justiça portuguesa e não se apresentará para cumprir qualquer pena.

Em causa, para já, a pena de 5 anos que transitou em julgado por crimes na gestão do BPP, em que foram lesados vários clientes. As outras ainda estão em fase de recurso, mas, quanto à pena de 10 anos de prisão, a juíza tencionava na próxima sexta-feira rever a medida de coação para prisão preventiva.

BPP avisou para o perigo de fuga

Num requerimento dirigido no dia 22 de setembro ao Tribunal da Relação de Lisboa, os advogados que representam o Banco Privado Português avisaram os juízes de que João Rendeiro poderia fugir e pediram um agravamento das medidas de coação aplicadas ao fundador do banco.

“Não se mostra possível, neste momento, excluir um concreto perigo de fuga no que tange ao Arguido João Rendeiro, tendo em vista furtar-se ao cumprimento (mais do que iminente) da pena em que foi condenado, com a qual nunca revelou conformar-se”, diz o documento a que o jornal Expresso teve acesso.

ZAP //

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14 Comments

  1. Para estes ladrões fugirem à justiça têm sem duvidas cúmplices que cabe apurar e pô-los a cumprir a pena para não mais se repetirem situações destas ou isto não é um País sério.

  2. Então deixam um bandido cheio de dinheiro em liberdade e a passear pela Europa?!
    Agora era por a juíza a ir atrás dele – ou na cela que era para ele!…

      • Mas esse ainda não tem penas de prisão pendentes!!
        Embora também seja amigo do “comentador advogado” Júdice!…

  3. Zé Trocaste (ao telefone): Tá amigo rendeiro? Olha tenho um amigo que me costuma pagar umas coisas que me quer pagar umas férias, como é que ele faz mesmo? Primeiro Inglaterra e depois para onde?

  4. Que instâncias serão essas, que só agora vai recorrer?

    Fugiu porque foi avisado, e porque tem dinheiro (muito) de todos nós.

    Estas caras de betinhos emproados, fingindo-se de grandes empresários, que na verdade são uma bosta, nunca mais desaparecem :/

    “Neste sentido, o ex-presidente do BPP diz sentir-se “injustiçado” e revela que irá tentar “que as instâncias internacionais avaliem o modo como tudo se passou em Portugal”.”

    Ou sabe muito mais do que o que diz (como sempre) , mas, nada é o que parece, e o que parece também pode não ser…

    Jogos de poder onde o povo fica sempre a perder

  5. O primeiro crime foi permitir que um vigarista fosse presidente de um banco. O resto é a sequência lógica desse crime…

  6. Este país está cheio de buracos! Aponta-se o dedo à justiça e eu pergunto, onde se fazem as leis e que atenção prestam esses senhores que as aprovam ao que se vai passando no país, estão todos de mão dada fazendo conta que nada se passa! Na prática, defendem-se todos uns aos outros!

  7. Quantos pediram o dinheiro a bancos e à Caixa e que andam inpunes, bpn etc. !
    Um individuo como o Rendeiro conhecedor da finança e offshores que foi condenado a 19 anos de prisão acham que ficava à espera de ficar fechado durante anos. Não sei por que quando o Brasil pediu a extradição do D. Lima Portugal não o fez.
    De certeza quando tomou as suas decisões já tinha tudo estudado . A banca já recebeu cerca de 21 mil milhões à conta dos portugueses. A Caixa está cada vez pior.

  8. Existem 191 países que não têm acordos de extradição com Portugal.E quando são crimes económicos não ligam mesmo coisa nenhuma.

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