Embaixador jubilado Júlio Mascarenhas acusa o BPP de o ter convencido a investir num produto com juros e capital garantido num momento em que o banco já atravessava sérias dificuldades.
O antigo presidente do Banco Privado Português, João Rendeiro foi ao início da tarde condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva pelo crime de burla qualificada no âmbito do caso em que foi acusado de burlar o embaixador jubilado Júlio Mascarenhas.
O tribunal considerou ainda culpados pelo mesmo crime dois ex-admistradores do BPP. São eles Paulo Guichard, condenado a três anos de prisão efetiva, e Salvador Fezas Vital, condenado a dois anos e seis meses de prisão. Os três terão de pagar 235 mil euros de indemnização ao diplomata.
Na base deste processo esteve precisamente a queixa do embaixador jubilado. Em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de a investigação bancária ter solicitado um aval do Estado de 750 milhões deu euros para repor a liquidez. Mascarenhas entende que foi, neste contexto, enganado pela sua gestora de conta que o terá convencido de que estava a investir num produto com juros e capital garantido e não num produto de risco.
Como tal, o diplomata exige que os três antigos administradores, grupo onde se inclui João Rendeiro, o indemnizem em mais de 377 mil euros.
O antigo presidente do BPP já foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão efetiva num outro processo por crimes de falsidade informática e falsificação de documento. No entanto, Rendeiro ainda não foi preso desde que o processo transitou em julgado a 17 de setembro. Isto acontece porque o antigo administrador está ausente no Reino Unido até 30 de setembro, facto de que as autoridades portuguesas são conhecedoras.
No âmbito de um terceiro processo, Rendeiro também foi condenado, em maio deste ao, a 10 anos de prisão efetiva pelos crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais.
E vai preso efectivamente quando? 31 de Fevereiro?
Já devia estar na jaula há muito… antes que se lembre de ficar “senil” como o Salgado…