O Reino Unido, cujo serviço nacional de saúde se encontra sob forte pressão, pretende vacinar contra a covid-19 toda a população adulta até ao outono, disse este domingo o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.
“É claro que começamos com os mais vulneráveis”, mas “todo o adulto receberá uma vacina até ao outono”, disse o ministro, em declarações à BBC, citadas pela agência France Presse (AFP).
A Associated Press avança, por seu lado, que milhares de pessoas com mais de 80 anos estão a ser contactadas para tomarem a vacina contra o novo coronavírus, com o Reino Unido a tentar cumprir o objetivo de vacinar 15 milhões de pessoas até meados de fevereiro.
Com 80.868 mortes, o Reino Unido é o país europeu como maior número de óbitos por covid-19.
Os últimos dados oficiais indicam que o índice de transmissibilidade efetivo (Rt) no Reino Unido aumentou para entre 1.1 e 1.4 e, na quinta-feira, estavam internadas nos hospitais 32.294 pessoas infetadas, 3.089 em unidades de cuidados intensivos.
Desde 23 de março de 2020, mais de 305 mil pessoas já estiveram internadas no Reino Unido devido à covid-19.
Na sexta-feira, o Reino Unido registou os valores mais altos de mortes e de novos casos desde o início da pandemia: 1.325 óbitos e 68.053 novos casos de contágio
Também na sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, admitiu que a situação “é crítica, com o vírus a espalhar-se fora de controlo”.
“A realidade é que vamos ficar sem camas para pacientes nas próximas duas semanas se a propagação do vírus não diminuir drasticamente”, advertiu o autarca, indicando que o número de casos em Londres ultrapassou os mil por 100 mil habitantes, uma das taxas mais elevadas no país.
A situação levou o Governo a reforçar o confinamento, tendo decidido encerrar as escolas até, pelo menos, meados de fevereiro, e cancelar os exames, incluindo os de acesso ao ensino superior.
Itália quer vacinar seis milhões de pessoas até final de março
Itália, por sua vez, quer vacinar seis milhões de pessoas até ao fim de março, afirmou este domingo o comissário italiano para a pandemia de covid-19, Domenico Arcuri.
O comissário está confiante de que as 60 milhões de doses das vacinas das farmacêuticas Pfizer e Moderna, atribuídas pela União Europeia (UE) a Itália, vão permitir vacinar seis milhões de pessoas nos primeiros três meses do ano e chegar até 30 milhões de pessoas (metade da população do país) no final de 2021.
De acordo com os mais recentes dados oficiais, desde o início da campanha de vacinação em 27 de dezembro, Itália já administrou a primeira dose da vacina contra a covid-19 a quase 590 mil pessoas, colocando este país no primeiro lugar de número de vacinados entre os membros da UE e quarto a nível mundial.
A Campânia, com capital em Nápoles, é a região que tem usado mais rapidamente as suas doses, com cerca de 90% das suas vacinas já administradas, seguida pela Úmbria, Toscana e Véneto, com cerca de 80%, e Lazio, Emilia Romagna e outras, com mais de 70%.
Na cauda da aplicação de vacinas estão a Lombardia, uma das regiões mais atingidas pela pandemia, que administrou apenas 38% de suas doses, e a Calábria, que usou 39,3%.
Segundo os números oficiais de sábado, Itália registou 19.978 novos casos de coronavírus e 483 mortes nas últimas 24 horas.
Israel já vacinou 72% da população com mais de 60 anos
De acordo com o jornal Público, a campanha de vacinação israelita, iniciada a 19 de Dezembro e que se tornou na mais rápida do mundo em termos per capita, começou este domingo a reforçar o efeito da vacina da Pfizer com a injeção da segunda dose para proteger os mais vulneráveis e diminuir as restrições à economia.
O Ministério da Saúde de Israel disse que 19,5% da população já foi vacinada, incluindo 72% dos cidadãos com mais de 60 anos. Os idosos retardatários serão admitidos para a primeira dose, afirmam as autoridades, mas todas as outras estão reservadas para o reforço da vacina.
A expectativa é que em meados de Março cerca de 5 dos 9 milhões de habitantes do país tenham sido vacinados.
O ritmo de vacinação de Israel é de longe o mais rápido do mundo, de acordo com o Our World in Data, que é dirigido pela organização de pesquisa Oxford Martin School.