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Regionalização sem referendo é “golpe de estado palaciano”

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes falou este domingo, no habitual espaço de comentário político na SIC, sobre a regionalização, os “tempos difíceis para a direita”, Greta Thunberg e Joe Berardo. Houve ainda tempo para falar sobre o preço da luz.

Sobre o facto de autarcas, entre os quais Rui Moreira e Fernando Medina, terem admitido a hipótese de haver regionalização sem referendo, Marques Mendes disse que “o mais grave foi admitirem a hipótese de a regionalização avançar sem referendo, sem consultar o povo. Devo dizer que isto juridicamente é possível [mudar a Constituição], politicamente é censurável. Se isto acontecesse era uma espécie de ‘golpe de estado palaciano‘”.

“Uma grande ambição dos políticos é governarem sem povo. Muitas vezes o povo é uma maçada. Por isso é que há muitos políticos que gostavam de ir para Bruxelas. Em Bruxelas governa-se sem povo”, afirmou, citado pelo Observador.

O comentador recordou que, há 21 anos, a regionalização foi chumbada em referendo: “Agora íamos revogar a decisão do povo sem o ouvir? Nas costas do povo? Isto pode ser juridicamente legítimo, mas é democrático?”.

“Isto não pode ser. Há que respeitar a decisão dos portugueses. Em grande medida, isto é uma manobra de diversão. Não vai haver regionalização nenhuma durante estes quatro anos”, garantiu.

“Rio parecia irritado, desconfortável e incomodado”

“Rui Rio teve a prestação talvez mais fraca dos três no debate. Parecia irritado, desconfortável, incomodado”, disse Luís Marques Mendes. O comentador político referiu-se a um político “um pouco desesperado” para descrever a postura de Rio no debate da última quarta-feira na RTP. “Aquela tonteria de falar da Maçonaria. Acho que o debate não lhe correu bem e acho que ele percebeu isso”, continuou.

Para Marques Mendes, Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, foi quem revelou a melhor prestação no debate, foi a “novidade”, “surpreendeu pela positiva” e “marcou uma boa impressão”. Foi também “duro” e “combativo” com Rui Rio, enquanto Luís Montenegro, apesar de certeiro, não surpreendeu.

Montenegro, porém, foi o grande beneficiário do debate, uma vez que a eleição em causa é sobretudo “um confronto em entre Rio e Montenegro”.

Marques Mendes garantiu que, para António Costa, é importante saber quem irá liderar o PSD. Com Montenegro, assegurou, o Governo terá uma vida mais difícil.

Marques Mendes interrogou-se sobre o futuro da direita em Portugal, adivinhando “tempos difíceis” e afirmando que um novo líder daquele partido irá confrontar-se com o problema da “ingovernabilidade”. O PSD pode ganhar eleições, mas vai ter “muita dificuldade em encontrar um parceiro para formar governo”.

Governo quer que IVA da luz varie segundo consumo

Marques Mendes avançou que o Orçamento do Estado para 2020 não vai mexer no IVA da eletricidade, mas deixou uma novidade. O Governo “vai propor à Comissão Europeia que a taxa de IVA possa variar em função do escalão de consumo. Ou seja, quem consome mais, paga mais”.

O PSD e os partidos mais à esquerda defendem a descida do IVA na eletricidade dos atuais 23% para a taxa intermédia (13%) ou para a taxa mínima (6%).

Assim, Marques Mendes releva uma espécie de “plano B”, como lhe chama o jornal ECO, que estará a ser preparado por António Costa e que passará por tentar convencer Bruxelas a aceitar que o imposto possa variar em função do consumo. Neste cenário, a perda de receitas seria menor.

As contas do Governo apontam para uma perda líquida de receita de 771 milhões de euros caso o IVA baixe para os 6%, ou de 454 milhões de euros caso a descida do IVA da luz seja para os 13%.

O documento do OE2020 “prevê mais investimento e mais dinheiro para a Saúde, Habitação e para as Forças de Segurança”. Em relação ao descongelamento das carreiras, Mendes afirma que vai custar 500 milhões de euros no próximo ano. O comentador revela que não haverá mexidas no IRS, sendo que “a prioridade será o apoio às empresas”, que ficará dependente de um acordo em sede de Concertação Social.

Greta Thunberg em Lisboa e a “frouxidão” com Berardo

Marques Mendes fez um balanço positivo à prestação da ativista sueca de 16 anos, tendo a chamada de atenção para as conta as alterações climáticas, embora admitindo que o seu discurso é radical e fundamentalista.

“Ridículo”, afirmou o comentador, foi o facto de o ministro do Ambiente ter prestado contas à jovem ativista como se fosse uma autoridade.

Referindo-se a dois casos da justiça, Marques Mendes assegurou ainda que a decisão do Conselho Superior da Magistratura em demitir Rangel de funções foi uma decisão exemplar que mostrou coragem.

Em relação a Joe Berardo falou em “frouxidão”. “Gostava de ver a mesma atitude. Desta forma o crime compensa. É desta que forma que os André Ventura vão subindo nas sondagens.”

ZAP //

10 Comments

    • Mais um comentário “isento” do mestre da falácia que ataca o caráter do mensageiro em vez de apresentar argumentos contra a ideia.
      Portanto, concretamente, independentemente do meio metro, uma regionalização sem referendo é ou não um “golpe de estado palaciano”? Tens alguma coisa a dizer, ou apenas o que já sabemos que achas do indivíduo?

      • Mais importante do que isso seria a realização de um referendo relativamente à participação (ainda ninguém percebeu como) deste rato no Conselho de Estado, quando é, ao mesmo tempo, advogado, lobista, empresário, gestor, comentador e “informador” (bufo)!…

      • Como ??? O referendo que é preciso é para questionar a presença de um palerma num orgao para o qual são indigitadas / nomeadas as pessoas que bem aprouver a quem tiver que as nomear / indicar, e que no seu direito estão de o fazer?
        Mais importante isso, do que fazer um referendo para uma regionalização que já foi a referendo e perdeu?
        Deixaste cair a máscara da hipocrisia? Já nem te preocupas em fingir que tens vergonha das manhosices com que tentas atirar areia aos olhos dos outros?

      • Oh anjinho, mas qual regionalização?!
        Como e quando é que isso foi aprovado (ou sequer discutido ao pormenor)?
        Nem sequer há um projeto definido e já falam em referendo… referendar o quê?
        Enfim… conversa de encher chouriços típica de advogados (e de políticos)!…
        .
        Já agora, o que “foi a referendo e perdeu”?
        Como sabes se a hipotética regionalização será nos mesmos moldes?
        E, mesmo que seja?
        O que foi referendado há mais de 20 anos não pode voltar a ser?
        Só daqui a quanto tempo? 100 anos?
        É que, como eu, há muitos portugueses aldutos que não votaram nesse referendo… quando poderão as novas gerações votar novamente algo votado pelos seus pais, avós, etc?
        .
        “Fingir”; “mascara”, “atirar areia”…?!
        Bem… deves estar a fazer confusão com alguém da tua “tribo”… só pode..

  1. Exacto… o artista é mesmo um “mensageiro”…
    Qual ideia?
    As “ideias” que o marques-mentes “fabrica” e que pouco ou nada tem a ver com a realidade?
    Estou a ver que a minha opinião é muito importante para ti, mas não tenho nada a dizer sobre algo que não passa de especulação e que só o rato de esgoto conhece…
    .
    Depois disto, já todos deviam saber o que vale o comentário/opinião desse advogadozeco armado em comentador:
    https://m.youtube.com/watch?v=QeQnAsZaiFE

      • Exacto; o Marques-Mentes é uma falácia!…
        .
        Mais uma do pequeno advogado lobista armado em astrólogo:
        “Marques Mendes apanhado pelo fisco em venda ilegal de acções”
        zap.aeiou.pt/marques-mendes-apanhado-pelo-fisco-em-venda-ilegal-de-accoes-13417

  2. Oh anjinho, mas qual regionalização?!
    Como e quando é que isso foi aprovado (ou sequer discutido ao pormenor)?
    Nem sequer há um projeto definido e já falam em referendo… referendar o quê?
    Enfim… conversa de encher chouriços típica de advogados (e de políticos)!…
    .
    Já agora, o que “foi a referendo e perdeu”?
    Como sabes se a hipotética regionalização será nos mesmos moldes?
    E, mesmo que seja?
    O que foi referendado há mais de 20 anos não pode voltar a ser?
    Só daqui a quanto tempo? 100 anos?
    É que, como eu, há muitos portugueses aldutos que não votaram nesse referendo… quando poderão as novas gerações votar novamente algo votado pelos seus pais, avós, etc?
    .
    “Fingir”; “mascara”, “atirar areia”…?!
    Bem… deves estar a fazer confusão com alguém da tua “tribo”… só pode..

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