Os três candidatos à liderança do PSD trocaram esta quarta-feira acusações de hipocrisia e de maus resultados em diferentes momentos da história do partido, com Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz a negarem pertencer à maçonaria, como sugeriu Rui Rio.
No primeiro debate entre os três candidatos às eleições diretas de 11 de janeiro, na RTP, o tom tornou-se rapidamente tenso, com o atual presidente, Rui Rio, de um lado, e os dois desafiadores, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, do outro, quer fisicamente, quer nos argumentos.
“Eles os dois são conhecidos como sendo da maçonaria. Na maçonaria há pessoas por quem tenho todo o respeito, mas não consigo compreender como no pós-25 de Abril há necessidade de haver obediência secretas que não são devidamente escrutinadas”, afirmou Rio, no debate.
Na resposta, Montenegro assegurou que não pertence nem pertenceu à maçonaria e comparou Rio a um náufrago que “se agarra a uma boia furada”. “Você faz julgamentos com base em notícias, que é o contrário do que defende”, disse, citado pelo jornal Público.
Já Pinto Luz admitiu ter pertencido a esta entidade “quando tinha 20 e picos anos”, mas disse já ter saído há mais de dez anos. “Nunca me senti limitado na minha liberdade. Com a mesma liberdade que entrei, foi com a que saí, desde que tenho cargos públicos que não pertenço”, afirmou.
O líder parlamentar e presidente do PSD defendeu no pasado domingo, em Aveiro, que a Maçonaria “está um pouco por todo o lado” e a tentar “condicionar a sociedade portuguesa”, atribuindo a essa organização motivações obscuras e pouco transparentes. “Não tenho dúvidas sobre isso. Aliás, se eu não dissesse isto, era um hipócrita. Todos nós sabemos isto e ninguém tem coragem para o dizer, mas eu digo-o”, afirmou-
O antigo líder parlamentar do PSD e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais acusaram Rio de ter tido “dos piores resultados” da história do PSD nas europeias e legislativas e de ter seguido “uma estratégia errada”, com o presidente do partido a contrapor com os resultados que os seus adversários obtiveram.
“Estes dois senhores tiveram resultados eleitorais brilhantes: Luís Montenegro foi duas vezes candidato à concelhia de Espinho e não ganhou, uma vez à distrital de Aveiro e não ganhou, agora quer ganhar as legislativas, até acho que com maioria absoluta, e a Câmara de Lisboa. Os pergaminhos que apresenta são estes”, ironizou.
Quanto a Pinto Luz, Rio recordou que, quando foi presidente da distrital de Lisboa, o PSD teve maus resultados no distrito nas autárquicas de 2013 e 2017, com valores de 22% e 11% na capital.
O líder do PSD acusou ainda os seus adversários de hipocrisia por terem feito “uma guerrilha permanente” nos seus anos de mandato.
“O senhor é que não foi um líder agregador”, respondeu Montenegro, que devolveu as acusações de hipocrisia a Rio por ter montado “uma candidatura contra” Luís Filipe Menezes no Porto em 2013 e agora andar “de beijo na boca e braço dado” com o antigo autarca de Gaia.
Quem é mais “Sá Carneirista”?
De acordo com a TSF, não houve poucas referências a Sá Carneiro, cujo 39.º aniversário de falecimento coincidiu com o debate do PSD na RTP. A certa altura, os candidatos começaram a lutar para ver quem era mais “Sá Carneirista”.
Pinto Luz acusou Rio de fazer com que o PSD perca “o ímpeto reformista” e até pegou num livro de Sá Carneiro para oferecer ao líder do partido. Falando do fundador do partido, de Cavaco Silva e de Pedro Passos Coelho como líderes que ultrapassaram o impasse em que o país estava, Pinto Luz disse que chega para “unir o PSD” com um projeto mobilizador e reformista.
Montenegro, que também trazia o livro “Impasse” de Sá Carneiro, chegou mesmo a ler uma passagem: “dispondo o governo de apoio parlamentar maioritário, o nosso papel, como oposição, deve ser o da crítica exigente e não o da cooperação em nome do interesse nacional, pelo contrário, a defesa deste exige de nós que desempenhemos o papel habitual de oposição em democracia, denunciando erros, apontando defeitos, apontando soluções alternativas, mas não negociando o conteúdo das leis, não efetuando acordos pontuais ou globais, não transigindo com a política do governo”. “É isso que me proponho fazer”, disse Montenegro.
Rio sublinhou que neste ponto tem uma “divergência real” e lembrou que Sá Carneiro tentou uma “convergência democrática com o PS” e, como não conseguiu, fê-la com o CDS.
Convergências: Orçamento, transportes e sistema fiscal
O Orçamento do Estado foi uma convergência no debate, mas apenas entre dois dos candidatos. Montenegro é o único que votaria contra a proposta de Orçamento do Estado do governo, com Miguel Pinto Luz e Rui Rio a admitirem que é difícil aprová-lo, mas que esperam para ver o documento.
“Alguém acredita que os OE do PS vão desdizer o que está no programa do PS?”, questionou Montenegro. “Não temos ilusões, o PS não quer fazer entendimentos estruturais connosco”.
Miguel Pinto Luz criticou o peso do Estado na economia, dando o exemplo dos transportes. Luís Montenegro sublinhou “a maior carga fiscal de sempre” com a degradação dos serviços públicos a acontecer em paralelo, principalmente na saúde. Rui Rio criticou o modelo económico socialista que deveria trazer “mais receita por via de maior crescimento económico e não por maior carga fiscal”.
“Temos de virar o país para as exportações e para o investimento, mas temos de desafogar as famílias desta maior carga fiscal de sempre, temos de simplificar o sistema fiscal e dar previsibilidade. Às vezes, é melhor para o investidor dar-lhe previsibilidade do que uma baixa carga fiscal”, sintetizou Miguel Pinto Luz.
O debate terminou ao fim de 50 minutos. As eleições internas do Partido Social Democrata estão marcadas para 11 de janeiro.
MC, ZAP // Lusa
Eu vi o programa portanto não vou ler, vou escrever, então é assim:
Dois candidatos mais jovens que Rui Rui, porém, a puxarem pela teoria Sá “Carneirista”, este Senhor Sá, esteve bem, mas foi num tempo agora estamos em outro tempo, e RR e muito bem, aproveita o que tem de bom, e lima com o que tem de novo, assim se constrói.
Não deixa de ter piada, os dois mais novos e exaltarem sempre, Sá Carneiro, qual líder ou militante comunista a pedir que Dr. Cunhal volte… Serio?
Por mim e para mim é Rui Rui, caso contrário, CHEGA:
Desta senhora (Albertina Correia), só tenho visto comentários imbecis. “Chega” minha senhora, tem todo o direito a ter a sua opinião, mas não consegue discernir um pouquinho mais? É por chegas desta natureza, que vivemos duas guerras Mundiais, e muitos milhões foram assassinados. Tenha juízo e chegue-se para lá, de preferência experimente o Brasil que deve estar próximo dos seus ideais nacional socialistas.
De referir que concordo com a opinião sobre Rui Rio.
Se o senhor (ou senhora), escreveu um comentário apenas para chamar outra pessoa de imbecil que o senhor(a) não conhece de lado nenhum deixe-me dizer que de muito imbecil tem o senhor(a) e o seu comentário. Um conselho, rasteje lá para o seu buraco e lembre-se que o respeito é bonito e só lhe fica bem. Que eu saiba ainda vivemos em democracia e as pessoas têm o direito de ter e expressar a sua opinião mesmo que seja uma com que o senhor(a) não concorde.
Este A. C. B. S. é um canalha que de vez em quando aparece por aí. O tipo não tem ponta por onde se lhe pegue.
De que serve e a quem serve, vir para a praça pública, através dos meios de comunicação Social discutir as questões internas de um Partido? Não bastam as campanhas eleitorais para procurar cativar os votos das pessoas? Enfim! Entendam-se…O PSD é um grande partido… Agora na oposição mas será sempre a melhor opção do centro – direita… Deixem-se de “tricas sem importância significativas”… Rui Rio é um líder que foi eleito democráticamente e como tal deve ser respeitado… Desta luta interna que está decorrendo, o líder vencedor deve ser sempre respeitado até final do mandato ou mandatos…
Pessoalmente acho que o Rui Rio entrou num 4-3-3, citando as derrotas ao longo da história dos seus oponentes, e a dada altura teve de optar por um 5-4-1 quando os dois adversários se juntaram nomeadamente pelas perseguições internas, etc.
No segundo momento as equipas encaixaram e pareciam jogar todos para o mesmo lado num tradicional 4-4-2.
Jogo fraco, com um ritmo inicial interessante mas que depois se repercutiu em falta de pernas na segunda metade. O VAR deveria ter sido chamado para analisar o lance da Maçonaria. Arbitragem sem reparos. Nota positiva.
Triste espectáculo que os candidatos a Presidentes do PPD estão a dar, o PPD não merecia esse espectáculo, deviam era centrar se no que querem que o PPD seja e o que pretendem apresentar nas eleições aos portugueses que ideias têm para o País que propostas têm e como as por em prática, os portugueses não querem saber das guerras e guerrinhas dentro dos partidos seja ele o PPD,PS,CDS, ou mesmo os restantes partidos na A.R. O espectáculo que estão a dar só mostra que qualquer um quer é chegar ao poleiro.
Olhe que na altura do Costa/Seguro o espetáculo foi bem mais vergonhoso. E por culpa do Costa. Mas pronto…