/

Refugiados que vão competir nos Jogos Olímpicos já têm bandeira e hino próprios

1

Dupla de publicitários brasileiros pôs mãos à obra para criar uma verdadeira identidade para a equipa de refugiados que vão competir nos Jogos Olímpicos.

Em março deste ano, o Comité Olímpico Internacional anunciou a criação de uma equipa de atletas refugiados para participar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Na altura, o presidente do COI, Thomas Bach, disse que esta seria uma forma de passar “uma mensagem de esperança aos refugiados de todo o mundo”.

Segundo o anúncio do Comité, está previsto que na cerimónia inaugural, que se realiza no próximo dia 5 de agosto, os atletas vão marchar “atrás da bandeira olímpica, em penúltimo lugar, antes da equipa brasileira”, que encerra o desfile.

No entanto, quando ficaram a saber da novidade, os publicitários brasileiros Caroline Rebello e Artur Lipori, atualmente a morar em Nova Iorque, puseram mãos à obra para dar uma verdadeira identidade à equipa.

Apesar de terem todas as competências para o fazer, a dupla brasileira decidiu que não poderiam fazer o hino e a bandeira sozinhos, já que não conhecem a dor e as histórias vividas por essas pessoas.

Por isso, fizeram uma longa pesquisa para encontrar outros refugiados que os pudessem ajudar a criar esta que agora é conhecida como a “Refugee Nation”.

Depois de lerem muito sobre o assunto, foram confrontados com a história de Moutaz Arian, um compositor sírio a viver como refugiado em Istambul, na Turquia.

O sírio teve de abandonar a Universidade de Damasco, onde estudava música clássica, e agora passa os seus dias a tocar Beethoven na rua para fazer um dinheiro extra.

Na última frase da entrevista, o compositor diz que quer fazer música não apenas para curdos ou árabes mas para o mundo inteiro.

“Naquele momento tivemos a certeza de que ele era a pessoa certa”, contou Artur. Estava encontrada o compositor do hino. O passo seguinte era encontrar alguém para os ajudar com a bandeira.

Depois de alguns e-mails para artistas e designers refugiados, a resposta de Yara Said, jovem artista síria que vive atualmente em Amesterdão, na Holanda, cativou-os por completo.

Na resposta ao e-mail, Said disse que teve a ideia de usar cor-de-laranja e preto nas cores da bandeira, como forma de prestar homenagem a todos os refugiados que vestem o colete salva-vidas para cruzar o oceano. Novamente, a dupla brasileira soube que esta seria a pessoa certa.

Os dois tiveram a oportunidade de entregar a bandeira a Yolande Mabika e Popole Misenga, dois dos refugiados que vão competir na modalidade de judo.

Foi arrepiante. Ali soubemos que realmente tínhamos criado algo forte e importante para os refugiados. Algo que realmente os representava”, contaram.

Artur conta que o próximo passo do projeto é entrar em contacto com o COI, para que a delegação possa utilizar a bandeira e o hino dos refugiados juntamente com os símbolos olímpicos.

“Não queremos substituir a bandeira e o hino das Olimpíadas. Queremos entrar juntamente com esses símbolos nas cerimónias oficiais e nos prémios”, explica.

“Queremos somar forças. Queremos ver as bandeiras lado a lado, a bandeira dos Jogos e a bandeira criada para representar os refugiados”, acrescenta.

Os publicitários destacam que a realização deste projeto só foi possível graças ao apoio de muitas pessoas interessadas em ajudar a causa, provenientes da Turquia, Holanda, Síria, Inglaterra, Estados Unidos, Brasil e muitos outros países.

Agora, a dupla está a tentar produzir bandeiras suficientes para distribuir no Rio de Janeiro nos dias em que os refugiados estiverem a competir. Quem quiser ajudar esta causa, poderá fazê-lo através do Facebook do projeto.

ZAP / Hypeness

1 Comment

  1. Está bonito.
    Ainda havemos vê-los a tentar criar o seu próprio país dentro da europa.
    Cada vez estou mais convicto que tudo isto vai acabar mal….muito mal mesmo.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.